Sydney Pollack, o actor que saltou para trás das câmaras

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"A maioria dos grandes realizadores que conheço não foram actores, por isso não posso dizer que seja essencial. Contudo, é uma ajuda enorme." A afirmação, proferida por Sydney Pollack em 2005, no Festival de Cinema de Tribeca, explica o sucesso do realizador norte-americano falecido na passada segunda-feira em Los Angeles, na Califórnia. Tinha 73 anos e lutava há dez meses contra o cancro.

O norte-americano começou a trabalhar como actor ainda em 1959, mas foi na realização que, a partir da década de 60, mais se destacou. Para o grande público, o nome de Pollack ficará para sempre ligado à adaptação do romance África Minha, de Karen Blixen, para o cinema. O filme foi nomeado para 11 Óscares da Academia, em 1986, e conquistou sete das estatuetas, entre os quais as de Melhor Realizador e de Melhor Filme.

Sidney Pollack nasceu a 1 de Julho de 1934, na localidade norte-americana de Lafayette, no estado de Indiana. O realizador era o mais velho dos três filhos de David Pollack, um pugilista profissional que depois se tornou farmacêutico, e Rebecca Miller, uma dona de casa que faleceu quando o seu primogénito tinha apenas 16 anos.

Sydney Pollack começou a sua carreira no mundo do espectáculo nos anos 50, trabalhando como actor em Nova Iorque, ao mesmo tempo que dava aulas de representação. A passagem para trás das câmaras só ocorreu no início da década de 60, quando se mudou para a Costa Oeste dos Estados Unidos e começou a realizar episódios de diversas séries, antes de dar o salto definitivo para o grande ecrã em 1965, com o filme The Slender Thread.

A sua estreia como actor, numa longa metragem, ocorreu em 1962, quando integrou o elenco de War Hunt, ao lado de Robert Redford. Este encontro marcou o início de uma parceria ímpar entre os dois artistas, que levou Sidney Pollack a dirigir Redford em 7 filmes, dos quais se destacam África Minha e Três Dias do Condor, e Havana.

Os Cavalos Também Se Abatem, a primeira grande obra do realizador, chegou em 1969, quatro anos depois da sua estreia no cinema. Foi com este filme que Pollack conseguiu a primeira nomeação para o Óscar de Melhor Realizador da sua carreira. Voltaria a ser nomeado para a estatueta graças ao seu trabalho em Tootsie, de 1982. A obra, uma das mais populares da sua carreira, é recordada devido, em parte, às interpretações de Dustin Hoffman e Jessica Lange, cujo desempenho lhe valeu o Óscar de Melhor Actriz Secundária.

Após o lançamento de África Minha, em 1985, Sydney Pollack virou as suas atenções para a produção de longas metragens, concentrando a sua produção e realizando cada vez menos filmes. Entre as obras que o realizador produziu destacaram-se películas como O Talentoso Mr. Ripley, Cold Mountain, O Americano Tranquilo, Michael Clayton, tendo actuado neste último.

Ao longo dos próximos meses será possível lembrar o trabalho do norte-americano, uma vez que irão chegar às salas de cinema vários filmes por si produzidos, como sejam os casos de The Reader e Margaret, os seus dois últimos projectos. As obras ainda estão na fase de pós-produção mas devem estrear este ano nos Estados Unidos. |

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