Suspeito tem uma filha chamada Madeleine

O inglês que a polícia interrogou ontem esteve no apartamento dos pais de Madeleine na noite do desaparecimento e ajudou a polícia. Robert Murat é agente imobiliário, tem 32 anos, um olho de vidro e uma filha com o mesmo nome e idade da menina desaparecida.
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A Polícia Judiciária (PJ) inquiriu ontemem Portimão, até por volta das 23.00, o cidadão inglês residente no Algarve apontado como possível suspeito no caso Madeleine . Além de Robert Murat, 32 anos, um outro casal, um português e uma alemã, alegadamente funcionários do inglês, também foram inquiridos. Os três saíram em liberdade depois de várias horas de interrogatório.

Durante o dia de ontem, cresceu a convicção entre a polícia de investigação criminal de que já teria um suspeito para o rapto da menina inglesa há 12 dias. Segundo conseguiu apurar o DN, a polícia acredita que "aparentemente" a criança está viva e ainda se encontra no Algarve. Contudo, e sobretudo depois do forte impacto mediático, ontem à tarde, junto à moradia onde o homem vive com a mãe e que a PJ passou a pente fino desde as 07.00 de ontem, com mandato judicial para o efeito.

Todo o cuidado agora é pouco nas minuciosas buscas que continuam a ser levadas a efeito, nomeadamente em apartamentos, vivendas e moradias isoladas, designadamente nas zonas de Lagos, Vila do Bispo e Aljezur. A PJ age com as máximas precauções, discrição e com manobras de diversão à mistura de forma a desviar as atenções das dezenas de jornalistas, nacionais e estrangeiros, que acompanham este caso. Tudo isso para o indivíduo "não fazer mal à miúda", contou ao nosso jornal fonte da PJ.

Essa situação vem agora reforçar informações avançadas pelo DN, há uma semana, segundo as quais a polícia tem procurado iludir quem está envolvido no desaparecimento de Madeleine McCann , ao fornecer falsas pistas, anunciando inclusivamente que foram abrandadas as buscas na Praia da Luz e deixando de assumir de forma peremptória a palavra rapto nos poucos e breves encontros mantidos com a comunicação social. Uma estratégia para "acalmar" o principal suspeito e possibilitar que ele saia, finalmente, do seu esconderijo para, assim, poder atacar no momento certo. "A comunicação social, da forma como tem actuado, sobretudo a inglesa, até nos tem ajudado bastante, pois só assim vamos conseguindo desenvolver o nosso trabalho, desviando as atenções gerais", observou fonte policial, com natural ironia.

Por outro lado, bem mais importants do que o retrato-robôt do homem são as preciosas informações entretanto recolhidas pelos investigadores, nomeadamente fotografias e vídeos, que lhes permitiram várias pistas muito consistentes.

Além de ter sido passada a pente fino, por diversos elementos da PJ e da Polícia Científica, uma área com vários toldos situada num dos cantos da vivenda "Liliana", onde o suspeito vive com a mãe (ver caixa) e que está localizada a cerca de cem metros do apartamento donde Madeleine foi levada, foi também dragada a piscina. Os investigadores continuam ainda a fazer peritagens a uma carrinha VW verde (importada há anos da Alemanha) e um carro de marca "Hyunday", que estavam junto à casa e até ostentavam na janelas fotos da menina desaparecida, apelando à recompensa a quem a localizar.

Ao que tudo indica, o tempo urge. Caso contrário, Madeleine poderá ser morta ou de entrar numa rede de pedofilia.

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