Sulfatos com origem nas emissões do vulcão de La Palma atingem os Açores

Esta "situação deverá estar ultrapassada" a partir da madrugada de quinta-feira, indica o Instituto Português do Mar e da Atmosfera, que prevê a possibilidade de ocorrer um "aumento das concentrações de dióxido de enxofre à superfície".
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O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) indicou, esta terça-feira, que, segundo os resultados do modelo do Serviço de Monitorização Atmosférica do programa Copernicus, "verifica-se uma intrusão de partículas de aerossol sulfato na região dos Açores", com origem nas emissões do vulcão Cumbre Vieja, na ilha espanhola de La Palma, nas Canárias.

Explica o IPMA, em comunicado, que esta situação "causa uma redução de visibilidade semelhante à que ocorreu nos passados dias 29 e 30 de setembro" e que, embora o transporte se verifique acima dos 5000 metros, "prevê-se que possa ocorrer um aumento das concentrações de dióxido de enxofre à superfície".

"Com a região a ser afetada pela passagem de uma superfície frontal com ondulações e a previsão de ocorrência de precipitação, a atual massa de ar deverá ser substituída ao mesmo tempo que a remoção húmida do aerossol se verifica", lê-se na nota divulgada no site do Instituto Português do Mar e da Atmosfera.

O IPMA faz saber que está a acompanhar a evolução deste evento e refere que esta situação deverá estar ultrapassada em todo o arquipélago dos Açores "a partir da madrugada de dia 4 de novembro (quinta-feira)".

O vulcão de La Palma entrou em erupção a 19 de setembro e a lava que já expeliu ocupa uma área de mais de 980 hectares, tendo destruído mais de 2600 edifícios, de acordo com os dados mais recentes do sistema europeu de satélites de monitorização terrestre Copernicus.

O aumento da emissão de gases e de cinzas pelo Cumbre Vieja levou as autoridades a considerar a qualidade do ar "extremamente desfavorável" e a pedir à população de Valle de Aridane para reduzir a atividade ao ar livre ao "mínimo possível". É também recomendado o uso de máscaras FFP2 e óculos de proteção.

A nuvem de cinza também está a condicionar o tráfego aéreo, com vários voos cancelados.

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