Sub-21 retomam caminhada para o título europeu que falta às seleções

Portugal joga esta noite de segunda-feira (20.00), na Eslovénia, com a Itália em partida dos quartos-de-final do Campeonato da Europa. A equipa de Rui Jorge aponta à terceira final da história.
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A seleção nacional de sub-21 entra hoje na reta final do sonho de conquistar o único troféu europeu de seleções que não está nas vitrinas da Federação Portuguesa de Futebol. A partir das 20.00 horas (RTP1), na cidade eslovena de Ljubljana, a equipa orientada por Rui Jorge joga com a Itália e vai tentar chegar às meias-finais e assim dar sequência a uma carreira imaculada na fase final do Campeonato da Europa, cuja fase grupos se disputou em março e saldou-se por três vitórias em outros tantos jogos e nenhum golo sofrido.

A pandemia obrigou a dividir a fase de grupos em dois momentos, iniciando-se agora a fase a eliminar que vai terminar a 6 de junho com a final, que a seleção nacional vai tentar alcançar pela terceira vez na história, na esperança de que à terceira seja de vez. Há dois meses, Portugal venceu Suíça (3-0), Inglaterra (2-0) e Croácia (1-0) e ganhou o direito de jogar nos quartos-de-final com Itália, segunda classificada do grupo B, após dois empates (Espanha e Rep. Checa) e uma goleada à Eslovénia (4-0).

Treinados por Paolo Nicolato, os italianos têm como principal figura o avançado Patrick Cutrone, do Valência, que é acompanhado por Scamacca (Génova). Curioso é que o médio Sandro Tonali (AC Milan), considerado a grande promessa do futebol transalpino, ficou agora fora dos eleitos depois de na fase de grupos ter feito apenas um jogo, na estreia com os checos, no qual... foi expulso. Aliás, a disciplina parece ser o grande problema desta equipa italiana, afinal nos três jogos da fase de grupos teve cinco futebolistas expulsos - dois frente a espanhóis e checos e um com os eslovenos -, além de vários amarelos. Resultado: o selecionador deixou em casa os defesas Frabotta e Marchizza, que iriam cumprir castigo frente a Portugal.

A equipa nacional entra nesta fase a eliminar com três baixas de peso, tendo em conta a fase de grupos. A covid-19 tirou da equipa o defesa-direito Thierry Correia (Valência), que se encontra infetado, e o avançado Francisco Trincão (Barcelona), que teve um contacto de alto risco, enquanto João Mário (FC Porto) ficou de fora por opção e Pedro Gonçalves (Sporting) foi chamado por Fernando Santos à seleção principal que vai disputar o Euro 2020. Em contrapartida, o selecionador Rui Jorge fez regressar Jota (Valladolid) e Rafael Leão (AC Milan) que ficaram fora da fase de grupos devido a lesões, além do médio Romário Baró (FC Porto), tendo a grande surpresa sido o lateral Abdu Conté (Moreirense).

Ainda assim, é de esperar que a equipa das quinas mantenha a sua matriz, afinal os jogadores jogam juntos há muito tempo, pois fazem parte de uma geração campeã da Europa de sub-17 e sub-19, embora só Diogo Queirós, Florentino Luís, Jota e Thierry Correia tenham estado nesses dois títulos, pelo que podem fazer o pleno na Croácia.

Curiosamente, a partida desta noite será uma reedição da final do Europeu de sub-19, que em 2018 se disputou na Finlândia. Na altura, Portugal venceu a Itália por 4-3, no prolongamento, num jogo de loucos em que Jota (por duas vezes), Francisco Trincão e Pedro Correia marcaram os golos da equipa nacional, orientada por Hélio Sousa.

Dessa equipa italiana faziam parte os atacantes Nicolò Zaniolo (Roma) e Moise Kean (PSG), as estrelas da equipas que não entram agora nas contas do selecionador Paolo Nicolato por já estarem na seleção principal. Aliás, Portugal também tem jogadores que poderiam ter fazer parte desta equipa, mas já estão às ordens de Fernando Santos, são os casos de João Félix, Nuno Mendes e Pedro Gonçalves. Isto para já não falar de Pedro Neto, que se encontra a recuperar de grave lesão.

Se vencer a Itália, Portugal terá pela frente nas meias-finais o vencedor do Espanha-Croácia. Os croatas foram derrotados por Portugal (1-0) no jogo de estreia na fase final, graças ao golo de Fábio Vieira. Já os espanhóis venceram o grupo B, onde derrotaram Eslovénia (3-0) e Rep. Checa (2-0) e empataram 0-0 com os italianos. Da equipa de La Roja, treinada por Luis de la Fuente, destacam-se Riqui Puig (Barcelona), Bryan Gil (Eibar) e Brahim Díaz (Milan), além do bracarense Abel Ruiz.

No caso de se confirmar o duelo ibérico nas meias-finais, será também a reedição da final do Europeu de sub-17, em 2016, que do lado espanhol terá o guarda-redes Iñaki Peña, Brahim Díaz e Abel Ruiz como repetentes, sendo maior o contingente português: Diogo Costa, Luís Maximiano, Diogo Dalot, Diogo Queirós, Diogo Leite, Florentino Luís, Gedson Fernandes, Jota e Rafael Leão.

A primeira final alcançada por Portugal foi em 1994, em França, logo na estreia em fases finais. A equipa, treinada por Nelo Vingada, tinha como base os campeões do mundo de sub-20 em 1991, com Figo, João Pinto, Rui Costa e companhia. Na fase final, Portugal ultrapassou Polónia e Espanha, mas acabou por cair no jogo decisivo em Montpellier, frente à Itália (0-1) que tinha jogadores que viriam também a tornar-se estrelas como Toldo, Panucci, Fabio Cannavaro ou Filippo Inzaghi. O golo que destruiu o sonho lusitano foi de Orlandini já no prolongamento.

Seguiram-se mais oito presenças em fases finais, sendo que em 2015, na Rep. Checa, Portugal voltou a estar às portas da glória, fechadas pela Suécia, que logo no primeiro jogo da fase de grupos impôs um empate (1-1). Ainda assim, a equipa das quinas ficou em primeiro do grupo, onde estavam também Itália e Inglaterra, tendo depois eliminado Alemanha (5-0) antes da final com os suecos, decidida no desempate por penáltis, após uma igualdade 0-0. Desta vez a desilusão bateu à porta de uma geração que tinha João Cancelo, Raphaël Guerreiro, William Carvalho, Bernardo Silva, João Mário, Sérgio Oliveira, Rúben Neves ou Rafa Silva. Entre os suecos, Victor Lindelöf foi aquele que teve uma carreira bem sucedida.

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