Sting: O génio que inventou e matou os Police
Comandante da Ordem do Império Britânico, com doutoramentos honorários pelas Universidades de Northumbria e Berklee, aos 63 anos já pouco falta a Sting. Compôs punk, rock, reggae, jazz e música sinfónica, em 2013 transformou o seu último disco - The Last Ship - em musical da Broadway e continua sem falta de pretendentes para o ter a atuar. Um guia com dez marcos para conhecer e compreender Sting.
Tudo começou nas docas
Gordon Matthew Thomas Sumner nasceu ao lado das docas de Wallsend, cidade no Norte de Inglaterra, a 2 de outubro de 1951. Filho de Audrey, cabeleireira, e de Ernst, leiteiro, a infância foi passada a acompanhar o pai nas rondas de entrega e a fingir que não via a infelicidade da mãe. O mais velho de quatro, Gordon haveria de ver a mãe fugir com um colega do pai e desenvolver uma obsessão por uma velha guitarra que um tio tinha deixado lá por casa antes de emigrar para o Canadá. Bom aluno, educado num colégio católico, o sonho seria sempre o de fazer carreira na música, só não poderia imaginar que a guitarra passaria a baixo e que a camisola amarela com riscas pretas com que gostava de atuar em clubes de jazz lhe daria o nome com que se tornaria conhecido - Sting, ferroada em português.
A trabalhar até ao topo
Foi coveiro, condutor de autocarros e, depois de frequentar a Northern Counties College of Education, professor de liceu. Anos depois, o currículo haveria de gerar polémica. Em Don"t Stand so Close to Me, o single do terceiro disco dos Police, Zenyatta Mondatta, Sting canta a história de um jovem professor que alimentava "as fantasias das novas meninas da escola", um refrão com um apelo a que a rapariga, "com metade da sua idade" "não se chegue tão perto", e aparecia num vídeo a vestir o papel de professor. A polémica foi imediata. Em 1980, o single chegaria a número 1 em Inglaterra e Sting teve de explicar - a inspiração não foi qualquer caso, mas sim Lolita, o livro de Vladimir Nabokov. Também lá está: "Não adianta, ele vê-a/Ele começa a tremer e a tossir/Tal como o velho naquele livro do Nabokov".