State Grid ganha concessão de lote de transmissão e subestação elétrica no Brasil

Uma empresa controlada pela chinesa State Grid, dona de 25% da rede elétrica portuguesa (REN), arrebatou hoje em leilão a concessão de um lote de transmissão e subestação de energia elétrica no estado brasileiro de Ceará.
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O contrato de concessão prevê que a CPFL Energia arrecade receitas anuais de 7,8 milhões de reais (1,7 milhões de euros), 52,7% do total gerado pelo lote 9, que é composto pela subestação 230/69 kV Maracanaú II e por dois trechos de seccionamento de 230 kV Fortaleza II, com um quilômetro de extensão cada.

Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) do Brasil, as obras, que visam atender a transmissão na região metropolitana de Fortaleza, terão um custo estimado de 102,2 milhões de reais (22,7 milhões de euros) e devem gerar 292 empregos diretos.

Em maio passado, a State Grid anunciou que vai investir 140 mil milhões de reais (32,6 mil milhões de euros) no Brasil, ao longo dos próximos cinco anos, sobretudo em transmissão e geração de eletricidade.

A State Grid opera um total de 10.000 quilómetros de linhas de transmissão elétrica no Brasil, incluindo no Rio de Janeiro e São Paulo, e está a construir mais 6.000 quilómetros.

Em Portugal, o grupo fechou, em 2012, a compra de 25% da REN por 387,15 milhões de euros.

No entanto, em 2016, a empresa viu vetada a sua proposta por 50% da principal companhia elétrica da Austrália, por motivos de segurança nacional.

A State Grid, a segunda maior empresa do mundo, segundo a revista Fortune, é diretamente tutelada pelo governo central chinês.

A empresa passou a controlar a CPFL, a maior elétrica privada do Brasil, em janeiro de 2017, quando pagou 4,5 mil milhões de dólares (4,2 mil milhões de euros) por uma participação maioritária.

A State Grid está encarregue de distribuir eletricidade para quase mil milhões de pessoas na China.

Em declarações à agência Lusa, o embaixador do Brasil em Pequim, Marcos Caramuru de Paiva, considerou "natural" a entrada de empresas brasileiras na área da energia.

"É natural porque já têm a experiência aqui (na China) e porque a China é talvez o único país no mundo capaz de transmitir grandes volumes de energia em distâncias muito longas", disse.

"O Brasil precisa disso, porque o Brasil tem distâncias muito longas. A energia é gerada no norte do Brasil, para abastecer São Paulo e o sul do Brasil. Então, essas empresas acabaram por encontrar um ambiente muito bom", explicou.

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