Sonae admite vender parte da posição na Sonae Distribuição

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Reestruturação. Grupo vai investir em fusões e aquisições

Estrutura corporativa está em análise e só nos primeiros meses de 2009 haverá decisões

Apostada em prosseguir o ritmo de crescimento, a Sonae dispõe de linhas de financiamento no valor de 1200 milhões de euros para investir, nomeadamente em aquisições, anunciou ontem o director de gestão do portfólio Sonae. Em entrevista à Reuters, Paulo Simões adiantou que o grupo está a analisar a estrutura corporativa e não descartou a venda de parte do capital da Sonae Distribuição para financiar uma operação de fusões e aquisições.

"A Sonae está apostada em crescer, está atenta a oportunidades de crescimento, quer por via de fusões e aquisições, quer por via de crescimento orgânico", referiu Paulo Simões, acrescentando que o grupo "está a analisar a estrutura corporativa, mas está ainda numa fase um bocadinho inicial desse processo". Razão porque adi- antou, sem dar mais detalhes: "Estamos a prever que, algures no início do primeiro semestre de 2009 estaremos em condições de falar mais oportunamente deste tema."

De qualquer forma, assume que a Sonae está nesta fase de planeamento "com a mente aberta e a analisar diferentes modos de actuação enquanto accionista" das actuais participadas, e garante que, para já, nenhum dos actuais negócios está para venda, nem as telecomunicações. Ao DN, e depois de inquirido sobre a matéria, Paulo Simões reiterou esta posição. "Não estamos a pensar vender. Apenas o referi como uma reserva de valor que o grupo Sonae dispõe", salientou.

À Reuters, Paulo Simões justificou que o grupo está confortável nas telecomunicações. "Os resultados apresentados pela Sonaecom estão em linha com a estratégia que a empresa delineou. Está a conseguir crescer e crescer num ambiente competitivo, agressivo e em condições macroeconómicas complexas, e, portanto, a Sonaecom é um veículo de criação de futuro tal como as outras subholdings", frisou.

O responsável lembrou a existência de um acordo de parceria estratégica com a France Telecom (FT), referindo que estão em curso negociações para a sua renovação. " Achamos que a FT é um bom parceiro. Acreditamos que as negociações vão chegar a bom porto. Não há nenhum motivo para isso não acontecer", afirmou.

Apesar da desaceleração do consumo e das condições dos mercados financeiros, a Sonae mantém o ritmo de abertura de lojas e centros comerciais, com a correspondente previsão de investimento de 900 milhões de euros da Sonae Distribuição até 2010 e de 1200 milhões da Sonae Sierra até 2011.

Na Distribuição, além da abertura prevista de 60 mil metros quadrados e m Portugal até ao final do ano, a holding anunciou esta semana a compra da cadeia de lojas de electrodomésticos e electrónica de consumo Boulanger España, abrindo as portas à entrada da Worten no mercado espanhol. O objectivo da marca é conseguir deter, até 2010, um total de 15 lojas, correspondentes a 40 mil metros quadrados de área de venda, neste mercado até 2010. Também em Espanha, mas na insígnia Sportzone, a meta até 2010 é de alcançar 25 lojas, correspondentes a uma área de venda total equivalente. O investimento é de 50 milhões de euros em cada um das cadeias, sendo que no caso da Worten este valor engloba já a aquisição da Boulanger España. Com agências

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