Somos quase 8 mil milhões mas isso não é necessariamente uma boa notícia
Em 1987 a população mundial atingiu a marca dos 5 mil milhões. 32 anos depois, somos 7,7 mil milhões. O ritmo de crescimento é impressionante: espera-se que em 2050 os habitantes da Terra sejam 9,7 mil milhões.
Às boas notícias - de que temos menos doenças e vivemos mais tempo - juntam-se às más notícias relacionadas com a difícil sustentabilidade de um planeta cada vez mais povoado. Além de que é preciso sublinhar que nem todos os países estão a crescer da mesma forma: a desigualdade populacional reflete as desigualdades sociais e económicas.
Estes são alguns temas para reflexão nesta quinta-feira, 11 de julho, o Dia da População Mundial:
De acordo com o relatório da ONU publicado em junho, e que prevê as tendências na população até 2050, são 27 os países ou territórios cuja população está a diminuir: isto acontece em países como a China ou o Japão e deve-se sobretudo à quebra na fertilidade. A nível mundial a taxa de fertilidade era de 3,2 nascimentos por mulher em 1990 mas baixou para 2,5. E prevê-se que continue a diminuir.
No entanto, esta quebra não acontece uniformemente em todos os países. Na região da África Subsariana, a população deverá duplicar.
Nove países - Índia, Nigéria, Paquistão, República Democrática do Congo, Etiópia, Tanzânia, Indonésia, Egito e os Estados Unidos - serão responsáveis por metade do crescimento previsto da população mundial.
Até 2050, a esperança média de vida deverá aumentar de 72,6 para 77,1 anos.
Mas nos países menos desenvolvidos a expectativa de vida será 7,4 anos inferior. Segundo as Nações Unidas, essa redução acontece devido aos níveis mais elevados de mortalidade infantil e maternal, a par de várias epidemias (incluindo VIH) e da violência em zonas de conflito. Estes são também os países que se debatem com mais problemas ambientais e sociais (como por exemplo a má nutrição e a desigualdade de género).
Em 2018, pela primeira vez, o número de pessoas com mais 65 anos ultrapassou o número de pessoas com menos de 5 anos. Isto deve-se ao aumento da esperança média de vida e à diminuição da taxa de fertilidade.
Em 2050, uma em cada quatro pessoas a viver na Europa e na América do Norte terá 65 anos ou mais. O que traz alguns problemas económicos devido à diminuição da população ativa.