Somatropina
A indústria farmacêutica desenvolveu medicamentos com hGH para tratar perturbações do crescimento em crianças que não atingiram a altura normal para idade que têm, para combater os efeitos da síndrome de Turner e a síndrome de Prader-Willi, ambos distúrbios cromossómicos (ver glossário). Estes fármacos também poder ajudar “adultos que não produzam hormona de crescimento humano em quantidade suficiente”, segundo explica o folheto informativo de um dos medicamentos com somatropina à venda em Portugal.
O uso de hGH no desporto tem existido com total impunidade – o método de detecção foi testado nos Jogos Olímpicos de Atenas 2004, mas teve de ser suspenso e voltou a ser usado durante o Europeu de futebol de 2008. Suspeita-se que a hormona de crescimento humano se tornou comum em alguns desportos, primeiro para tentar manipular o desenvolvimento muscular, como alternativa aos anabolizantes que passaram a ser detectáveis, depois como substância que potencia os efeitos dos anabolizantes, especialmente quando estes são tomados em doses mais baixas como tentativa de ludibriar os controlos.
A hormona de crescimento humano pode causar efeitos secundários graves em quem não necessita de a usar: gigantismo quando usada em jovens, acromegália (crescimento anormal de mãos, pés e cara) e outras deformações ósseas, distúrbios da tiróide, diabetes, hipertensão arterial, insuficiência cardíaca, crescimento de órgãos internos (fígado), maior incidência de leucemias, doenças articulares, suores, oleosidade na pele, ginecomastia (aumento das glândulas mamárias masculinas).
Duarte Ladeiras
Fontes: AMA; CNAD