Sociedade da Independência. A entidade que tem como missão "gostar de Portugal"
José Ribeiro e Castro, o presidente, define-a como uma instituição que tem por missão "gostar de Portugal". Há mais de século e meio que a Sociedade Histórica da Independência de Portugal se dedica a cumprir esse objetivo. Esta semana encerrou as comemorações dos 160 anos recebendo das mãos do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, as insígnias de membro honorário da Ordem de Cristo.
Na cerimónia, Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou que a instituição também foi "responsável por construir", ao longo da sua já longa história, "a identidade nacional", olhando "para o futuro sem nunca esquecer o passado". Razão pela qual o chefe de Estado (que é, ele próprio, membro da Sociedade) distinguiu a instituição com o grau mais alto da Ordem de Cristo atribuído a entidades coletivas, na última segunda-feira.
O que é e o que faz a Sociedade Histórica da Independência de Portugal? Ao DN, José Ribeiro e Castro lembra que a instituição foi criada em 1861, sob o nome de Comissão Central do 1.º de Dezembro de 1640, surgindo como resposta a um surto de iberismo que se vivia então. Desde o início a instituição ficou sediada no Palácio dos Condes de Almada, no Largo de São Domingos, em Lisboa - o edifício onde reuniram os conjurados na origem da restauração da independência face ao domínio dos Filipes, a data que a associação se propõe evocar e celebrar. "É desse espírito que resulta a consagração do feriado do 1.º de Dezembro logo a seguir à implantação da República", que então surge no calendário como o Dia da Autonomia da Pátria Portuguesa e da Bandeira.
"A independência nacional não se pendura num cabide", sublinha Ribeiro e Castro, defendendo que a independência e a singularidade do país "têm de ser cultivadas, têm de ser conhecidas". É essa a missão que a Sociedade Histórica da Independência de Portugal chama para si: "promover a cultura portuguesa, a língua portuguesa e a identidade" nacional. É, aliás, esse o nome dado à distinção atribuída pela instituição (Prémio Aboim Sande Lemos - Identidade Portuguesa) a quem se distinga na defesa desses valores e que foi entregue domingo ao navio-escola Sagres. "Homenageamos o navegador notável que foi Fernão de Magalhães; distinguimos a Sagres, navio-escola que tantos já formou e que constitui fortíssima referência de Portugal no mundo; e curvamo-nos perante a Marinha, instituição exemplar a que o país tanto deve", referiu então a associação, em comunicado.