Snowden disposto a voltar aos EUA com condições

O antigo colaborador da Agência Nacional de Segurança (NSA) Edward Snowden, acusado de divulgar informação secreta, está disposto a voltar aos Estados Unidos mediante condições, disse hoje o seu pai.
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Em entrevista ao programa da cadeia de televisão NBC "Today", Lonnie Snowden disse que o seu filho não é um traidor por revelar informação secreta sobre os programas de vigilância governamentais das comunicações privadas dos cidadãos.

Snowden disse que o seu filho "violou a lei dos Estados Unidos porque divulgou informação classificada como secreta" mas, acrescentou, que não sente "que tenha cometido traição".

"Se alguém quer chamar-lhe traidor, sim, de facto traiu o seu Governo, mas não creio que tenha traído o povo dos Estados Unidos", considerou.

O pai de Edward Snowden disse ainda que comunicou ao secretário de Justiça, Eric Holder, através de um advogado, que o seu filho está disposto a regressar aos Estados Unidos se o Governo prometer que não o deterá antes de ser julgado nem lhe imporá ordem de silêncio.

Indicou ainda que quer que seja Edward a escolher o local onde decorrerá o seu julgamento.

Lonnie Snowden adiantou, no entanto, que não fala com o filho desde abril e mostrou-se receoso que os colaboradores do portal internet WikiLeaks, que em 2010 publicou milhares de documentos confidenciais, o "manipulem".

"Não quero pô-lo em perigo, mas preocupa-me quem o rodeia" disse.

"Se olharmos para o passado podemos ver que o objetivo de WikiLeaks não é a [defesa da] Constituição dos Estados Unidos", disse, acrescentando que "o seu objetivo é simplesmente difundir tanta informação quanto possível".

Edward Snowden é procurado pelos Estados Unidos por espionagem depois de ter divulgado informações confidenciais sobre um vasto programa norte-americano de vigilância de comunicações privadas, aterrou no domingo em Moscovo a partir de onde pediu asilo político ao Equador.

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