Siza Vieira afirma que estimativas estão em linha com o que se sente na economia
O ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital disse esta quinta-feira que as estimativas da Comissão Europeia estão em linha com o que observa na economia nacional, revelando uma recuperação mais forte do que se esperava.
Instado a reagir aos dados às Previsões Económicas anunciadas hoje pela Comissão Europeia, Pedro Siza Vieira disse olhar para os números como "correspondendo àquilo" que todos estão "a observar e a sentir na economia portuguesa".
A Comissão Europeia (CE) estima que o crescimento da economia portuguesa suba para 4,5% este ano e 5,3% no próximo. As previsões desta quinta-feira conhecidas contrastam com as anteriores, que apontavam para um aumento do Produto Interno Bruto (PIB) na ordem dos 3,9% este ano e 5,1% em 2022. Ainda assim, apesar da subida, os números de Bruxelas ficam aquém das estimativas do Governo, que espera um crescimento económico de 4,8% este ano e 5,5% no próximo.
"Estamos a ter uma recuperação mais forte do que aquilo que se estimava há uns meses. Isso ficou muito evidente com o comportamento da economia no terceiro trimestre, está a ser consistente com os dados que estamos a ter agora neste quarto trimestre e, portanto, tal como o Governo português, também a Comissão Europeia reviu agora as suas previsões em alta quer para este ano, quer para o próximo", disse Pedro Siza Vieira no 32.º Congresso Nacional da Hotelaria e Turismo, em Albufeira.
Já sobre o défice português, a Comissão Europeia espera que atinja os 4,5% do Produto Interno Bruto (PIB) e que a dívida pública chegue aos 128,1% do PIB este ano, previsões piores do que as do Governo.
De acordo com as Previsões Económicas de outono, divulgadas esta quinta-feira, o défice das contas públicas nacionais deverá ainda baixar para 3,4% em 2022, ao passo que o rácio da dívida pública face ao PIB descerá para 123,9%.
No relatório adjacente à proposta de Orçamento do Estado para 2022 entretanto rejeitada o Governo tinha previsto que o défice deste ano ficasse nos 4,3% e que a dívida baixasse para 126,9%, e em 2022 os valores descessem, respetivamente, para 3,2% e 122,8%.
A Comissão Europeia espera que a taxa de desemprego portuguesa atinja os 6,7% este ano, uma previsão mais otimista do que a do Governo, prevendo descidas subsequentes em 2022 e 2023. De acordo com os números divulgados esta quinta-feira pela Comissão Europeia, a taxa de desemprego nacional deverá descer dos 6,7% este ano para 6,5% em 2022 e 6,4% em 2023.
No relatório macroeconómico adjacente à proposta de Orçamento do Estado para 2022, que foi rejeitada pelo parlamento, o Governo tinha apontado para uma taxa de desemprego de 6,8% este ano, igualando a previsão de Bruxelas para 2022 (6,5%).
O Congresso promovido pela Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) vai decorrer até sexta-feira em Albufeira, e conta com um número recorde de inscritos, quase 600, para um "reencontro" que a associação do setor quer que marque "o momento de 'recomeçar'", como disse a vice-presidente da AHP, Cristina Siza Vieira, à Lusa.