Situação do ministro do Trabalho agrava-se

A situação do ministro do Trabalho do Brasil, Carlos Lupi, complicou-se com a divulgação de imagens que comprovam o uso de uma aeronave disponibilizada por uma ONG ligada ao Ministério, que o político negara dias antes ter utilizado.
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Na semana passada, a imprensa brasileira publicou denúncias de que o ministro havia utilizado, numa viagem oficial, um avião modelo King Air, providenciado pelo responsável por uma rede de ONG que têm acordos com o Ministério do Trabalho.

O ministro reagiu às acusações com uma nota a desmentir o facto. Em comunicado oficial, o Ministério do Trabalho informou que Lupi utilizou um avião modelo Séneca, que fazia parte da comitiva governamental, e não a aeronave King Air, que teria sido facilitada por um empresário envolvido em irregularidades.

Com a divulgação na imprensa das imagens que comprovam o uso da aeronave King Air, o ministro terá de prestar novas declarações e a sua situação é vista como incerta.

Líderes do Partido Democrático Trabalhista (PDT), do qual o ministro faz parte, já estarão reunidos para tentar encontrar um nome para substituir Carlos Lupi, segundo a edição online do jornal "Folha de São Paulo".

A primeira denúncia a envolver o nome de Lupi surgiu no dia 05 de novembro com a publicação de uma reportagem pela revista "Veja" que descrevia um suposto esquema de corrupção no Ministério do Trabalho.

A pasta comandada por Lupi é acusada de cobrar "luvas" de organizações não-governamentais que desviavam recursos públicos através de acordos com o Governo.

A maneira como o ministro do Trabalho vem lidando com as acusações também não é bem vista no Governo.

A sua primeira reacção às acusações foi mal recebida no Palácio do Planalto. Lupi afirmou que só deixaria o ministério "à bala" e que duvidava que a Presidente Dilma Rousseff o demitiria.

Após a infeliz declaração, o ministro viu-se obrigado a corrigir o que dissera e, na ocasião, fez uma declaração de amor à Presidente - "Dilma, eu te amo" - durante o seu depoimento na Câmara dos Deputados.

Em pouco mais de dez meses de governo, a Presidente Dilma Rousseff já afastou seis ministros, cinco deles envolvidos em escândalos de corrupção e tráfico de influência.

O último foi o então ministro do Desporto, Orlando Silva, cujas supostas irregularidades na pasta também tinham ligação com acordos irregulares com organizações não-governamentais.

As recorrentes denúncias a envolver este tipo de instituição fez com que a Presidente suspendesse temporariamente o pagamento às ONG que têm acordos com o Governo e a decretar uma fiscalização profunda de todos os contratos deste tipo para evitar novos escândalos como o que está a ocorrer.

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