O SITE-Norte (Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energias e Atividades do Ambiente do Norte) vai convocar os trabalhadores da Efacec para um plenário, no início de setembro, seguido de pedidos de audiência aos vários partidos com assento parlamentar..O objetivo do sindicato é apelar aos partidos para que a nacionalização da empresa seja definitiva, e não apenas temporária - como anunciado pelo Governo, quando deu a conhecer a decisão de nacionalizar os 71,73% de Isabel dos Santos -, bem como expor as preocupações dos trabalhadores, que irá auscultar no referido plenário.."Os trabalhadores estiveram quatro meses em lay-off, precisamos de ouvir as suas inquietações e perceber o que querem fazer", diz Ana Paula Marques, dirigente do SITE-Norte, lembrando que, em agosto, a maior parte dos funcionários está de férias e a empresa "está a funcionar a meio gás"..Financiamento já chegou.A meio gás ou não, a Efacec já liquidou os subsídios de férias que tinha em dívida. "Alguns receberam ainda na sexta-feira, outros já na segunda", confirma a dirigente. Um pagamento possível devido ao empréstimo de 50 milhões contraído pela empresa, com garantia do Estado. O processo foi assessorado pela Abreu Advogados, que anunciou tratar-se do "primeiro financiamento com garantia do Estado envolvendo um sindicato bancário ao abrigo do diploma que instituiu a denominada moratória pública de crédito bancário" e que cumpre o disposto no Quadro Temporário aprovado pela Comissão Europeia relativo a medidas de auxílio estatal para apoio da economia no atual contexto da pandemia de covid-19..Uma operação "pioneira e de grande complexidade", mas que permite à Efacec "normalizar a sua atividade", acrescenta a sociedade de advogados. Além dos cinco bancos financiadores, CGD, BCP, Novo Banco, BPI e Banco Montepio, estiveram envolvidos neste processo a Direção-Geral do Tesouro e das Finanças, o IGCP, a Sociedade Portuguesa de Garantia Mútua e a Parpública. A garantia autónoma é prestada aos bancos pela Norgarante e ascende a 90% do montante total do empréstimo..Sem data agendada está, para já, a assembleia geral da empresa que irá aprovar as contas de 2019. Estas tiveram já luz verde do conselho de administração, a 24 de julho, garantia na segunda-feira o jornal Expresso, adiantando que, embora ainda não sejam públicas, as contas revelam um prejuízo de 29 milhões de euros. Cabe agora aos acionistas, designadamente o Estado - que é agora o dono da maioria do capital - e os seus parceiros minoritários, os grupos José de Mello e Têxtil Manuel Gonçalves, validar os números. Uma reunião que deverá ainda servir para fazer mudanças nos órgãos sociais da empresa, designadamente reduzindo o número de administradores, que é atualmente de sete..O Dinheiro Vivo tentou obter informações sobre a assembleia geral junto do Governo, mas sem sucesso..Jornalista do Dinheiro Vivo