Uma particularidade portuguesa incompreensível para qualquer cidadão europeu é a que diz respeito à falta de rigor com que os media tratam as pessoas que evocam. Para não falar já nas abreviações inadmissíveis que consistem em dizer ou escrever, por exemplo, Cavaco em vez de Cavaco Silva.
Peguemos em casos evocados estes dias. O proprietário do grupo Leya e antigo accionista de Media Capital foi à Assembleia da República. Jornais e televisões houve que escreveram Miguel Pais do Amaral, Pais Amaral, Paes do Amaral, Paes Amaral. Em que ficamos? Outro exemplo: o do novo director interino do diário i. Houve quem escrevesse Manuel Queiroz ou Queirós. E até quem no mesmo jornal (em que o interessado trabalhou muitos anos…) adoptasse as duas ortografias na mesma peça !
É certo que tal prática aproximativa é antes do mais da responsabilidade da administração pública. Que muda a ortografia dos nomes (a mesma Lourdes passa a ser Lurdes) e vai suprimindo os "de" (passando a Maria de Lourdes a ser "Maria Lurdes" e os da Silva a ser simplesmente Silva). O que é inconcebível noutro país.
Esta falta de rigor vai produzir outros efeitos. Um diário "de referência" publicou assim na primeira página uma enorme fotografia de uma família que regressava a Bruxelas no Sud Expresso, dada a crise da navegação aérea. Dizia o dito jornal que a família se chamava Jardim (em vez de Dujardin), que o pai era Paul (Vincent, historiador bem conhecido) e a mãe "Chantelle" (Chantal) ! Vá-se depois confiar no resto do texto…
A propósito da Bélgica e da crise actual, outro diário "de referência" dizia que "o tablóide La Libre Belgique" tinha como manchete "Bye, bye, Bélgica". Só que o dito jornal é um diário "de referência" em formato meio-berlinês e a manchete era "Le coup de force flamand"! A manchete assinalada era a do diário "popular" em meio-berlinês La Dernière Heure, editado pelo mesmo grupo. Como confundir o Diário de Notícias e o 24 Horas! O resto do texto navegava nas mesmas águas: é de estranhar?…
Lagardère namora o grupo Amaury
As dificuldades de gestão que se arrastam desde a morte de Philippe Amaury levam Arnaud Lagardère a interessar-se pela compra do grupo proprietário dos diários Le Parisien, Aujourd'hui e L'Équipe, assim como do Tour de France. Em caso de recusa pela família Amaury, Lagardère retirar-se-á do grupo de que detém 25% do capital.
As rádios da Cope procuram alianças
Perante o peso enorme das rádios do grupo Prisa (proprietária também do diário El País), as rádios do episcopado espanhol (grupo da Cope), em perda de audiência, procuram estabelecer alianças com um dos actores possíveis: as rádios dos grupos Vocento, Intereconomia e Unidad Editorial, assim como a Esradio.
Menos investimentos nos media espanhóis
Os investimentos publicitários no primeiro trimestre do ano registam uma queda de 2,6% em relação a idêntico período de 2009, o que traduz desaceleração de tendência. Os magazines perdem 6,2%, a publicidade no exterior 5,4%, os jornais 3,9%, a televisão 2,6% e a rádio 1,9%. A Internet vê as receitas aumentar 11,4%, as publicações dominicais 9,5% e as salas de cinema 5,4%.