Sida e sexualidade feminina no Fórum Sexo, Género e Saúde
A Associação de Promoção e Educação para a Saúde Sentidos e Sensações organiza entre quinta-feira e sábado o Fórum Sexo, Género e Saúde XXI, designado como um "filho" do congresso realizado em 2004, denominado Sexo XXI, segundo o psicólogo Nuno Nodin, da organização.
"Muita e boa investigação portuguesa" e dados "mais concretos", nomeadamente sobre sexualidade feminina, serão apresentados.
Um estudo empírico sobre desejo e satisfação sexual, da Faculdade de Psicologia da Universidade de Coimbra, será apresentado.
No estudo feito com 497 mulheres, maioritariamente da zona Norte, entre os 18 e os 75 anos, com uma relação há seis ou mais meses, foram encontrados relatos de "elevada satisfação sexual" e "elevado prazer sexual".
As mulheres sexualmente mais satisfeitas revelaram também melhor funcionamento sexual (sobretudo maior capacidade de excitação sexual e lubrificação, e maior desejo sexual) e níveis mais elevados de auto-estima sexual.
Comparativamente, as mais satisfeitas relataram, igualmente, maior prazer com a actividade sexual, referindo experienciar, no seu decurso, mais emoções de alegria e auto-confiança e menos emoções negativas, como culpa, tristeza ou fadiga.
O estudo refere como "preditores significativos" o foco de atenção ou o uso de fantasias, duração da relação e satisfação do relacionamento. Como variáveis são indicadas a auto-estima sexual, a auto-estima, a resposta sexual de orgasmos e as emoções de alegria, ausência de hostilidade e ausência de fadiga durante a actividade sexual.
Outra das tónicas do encontro serão as formas de prevenção do VHI/Sida.
Alex Corballo, da Universidade Colombo dos Estados Unidos, mostrará a sua investigação comportamental ligada ao uso de testes rápidos, que já se encontram em serviços de saúde, mas que nos Estados Unidos se pondera vender livremente nas farmácias.
Os estudos estão a ser feitos para perceber se os parceiros estão dispostos a usá-los.
Do Brasil, a investigadora Vera Paiva, da Universidade de São Paulo, vai dar exemplos de promoção do direito à prevenção.
Outros temas a debater são homofobia, saúde e suicídio em jovens LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transgéneros), cirurgias a transsexuais e infecção pelo vírus papiloma humano.