Sexo oral associado a uma das infeções vaginais mais comuns, revela estudo

Concluiu-se que um tipo comum de bactéria encontrada na boca, associada a doenças gengivais e à placa dentária, pode contribuir para o surgimento da vaginose bacteriana, uma infeção caracterizada por corrimento anormal e um odor desagradável.
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Uma das infeções vaginais mais comuns em mulheres em idade fértil, a vaginose bacteriana (VB), pode estar associada à prática de sexo oral, de acordo com o estudo levado a cabo por investigadores da Universidade da Califórnia. Os cientistas descobriram que há bactérias que vivem na boca podem contribuir para o desequilíbrio da flora vaginal, que origina a infeção.

Para este estudo, publicado na revista especializada PLoS Biology, foram investigadas as bactérias presentes na boca e quais os efeitos que têm sobre os micróbios que vivem e crescem na vagina.

Concluiu-se que um tipo comum de bactéria encontrada na boca, associada a doenças gengivais e à placa dentária, pode contribuir para o surgimento da vaginose bacteriana, uma infeção caracterizada por corrimento anormal e um odor desagradável, embora muitas mulheres não manifestem sintomas.

Após a análise do comportamento bacteriano, com recurso a experiências em ratos e à participação de 21 mulheres, percebeu-se que Fusobacterium nucleatum, bactéria encontrada na boca, potenciou o crescimento de outras bactérias associadas à vaginose bacteriana.

Na maior parte dos casos, esta infeção não é grave, mas tem de ser tratada, porque pode acarretar riscos, até porque é uma infeção que torna as mulheres mais vulneráveis a doenças sexualmente transmissíveis e a infeções urinárias.

A VB ocorre quando há uma alteração no pH da vagina, em que se verifica uma diminuição das bactérias consideradas "boas", como a lactobacilos, o que leva a uma redução do ácido láctico e a um desenvolvimento das bactérias nocivas, como a Gardnerella vaginalis, na microflora vaginal.

Quando se verifica um desequilíbrio na flora vaginal, cresce o risco de outros micro-organismos prosperarem.

Perante os resultados do trabalho desenvolvido, a equipa de investigadores liderada por Amanda Lewis refere que o sexo oral pode contribuir para alguns casos de vaginose bacteriana.

Sabe-se também que as relações sexuais podem estar na origem da infeção, assim como os dispositivos contracetivos, bem como alguns produtos perfumados utilizados na higiene.

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