Setúbal está entre os distritos de maior risco

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O distrito de Setúbal é, em conjunto com o de Aveiro, aquele que, em Portugal, possui mais empresas classificadas como apresentando um risco industrial grave. Esta realidade, confirmada por Alcino Marques, coordenador distrital de protecção civil, leva a uma preocupação constante no que toca ao transporte de matérias perigosas e a algumas medidas radicais por parte dos municípios, ainda que não haja memória de qualquer acidente muito grave.

A título de exemplo, segundo aquele responsável, «a Câmara de Santiago de Cacém prepara-se para interditar a circulação dos camiões que vêm de Sines e passam por diversas localidades» e o DN sabe que a autarquia de Setúbal pretende vedar a passagem de veículos pesados de grandes dimensões pelo centro da cidade.

Locais há, no entanto, em que tal decisão geraria o fim da actividade das empresas. É isso mesmo que acontece no que toca às instalações da Petrogal, em Porto Brandão, ou da Esso, ETC e Shell, todas na mesma zona do concelho de Almada. Aqui, à perigosidade dos produtos junta-se a sinuosidade das estradas e a sua distância muito reduzida para as casas. Mais uma vez a sorte tem imperado: Henrique Carreiras, vereador almadense responsável pela Protecção Civil, recorda que «já ocorreram diversos acidentes, até com camiões a abalroarem casas, mas, felizmente, com cisternas vazias».

A nível distrital, é, no entanto, o transporte de gás liquefeito que levanta maior apreensão a Alcino Marques, porque, diz, «em caso de acidente, uma nuvem tóxica pode ser muito grave e, se houver aquecimento da cisterna, ela pode explodir e os estilhaços atingirem centenas de metros». É por isso que volta a sua atenção para Sines, mas não esquece outros casos: «No Quimiparque há mais de 300 empresas dos mais variados tipos. O perigo deveria estar compartimentado e ali está tudo misturado e próximo de firmas de risco como a Fisipe ou os depósitos da Tanquipor», sendo uma constante a passagem de mercadorias, quer pelo centro do Barreiro quer pelo Lavradio.

Não se esquece da Mitrena, em Setúbal, onde existe uma concentração de firmas «potencialmente problemáticas», ou a SPEL - Sociedade Portuguesa de Explosivos, em Alcochete, embora neste caso refira não ser tão preocupante, «porque o transporte é menos frequente e acompanhado de medidas de segurança especiais».

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