Série de atentados simultâneos sacode capital da Birmânia

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Três explosões registadas em locais diferentes de Rangum, capital da Birmânia, cerca das 15.00 locais (09.00 em Lisboa), provocaram ontem pelo menos 11 mortos e mais de 150 feridos, de acordo com dados fornecidos pela Junta Militar, no poder.

Testemunhas e fontes hospitais admitiram, contudo, que os números dos atentados em dois centros comerciais (que ficaram parcialmente destruídos) e num centro de congressos - em locais diferentes da capital birmanesa - serão significativamente superiores.

Uma das fontes, citada pela ABC, disse ter contado "cerca de 20 corpos" a ser retirados de um dos centros comerciais na baixa de Rangum, enquanto outra viu "pelo menos 40" a serem retirados do outro estabelecimento, situado alguns quilómetros a norte do centro da cidade.

Um diplomata deu conta de pelo menos três mortos no centro de congressos, enquanto uma fonte hospitalar indicou que os mortos e feridos não paravam de chegar ao hospital. Pelo menos 200 pessoas ficaram feridas, acrescentou a fonte. "Numerosas vítimas estão a chegar", adiantou um responsável do Hospital Geral de Rangum.

O Governo de Rangum atribuiu a responsabilidade pelos ataques aos "terroristas" que têm como "objectivo perturbar a estabilidade e tranquilidade" do país, pertencentes a grupos políticos e étnicos (rebeldes) da oposição e a um auto-proclamado Governo no exílio. Dois deles, o KNU e o SSA--Sul, rejeitaram de imediato as acusações oficiais. E a Liga Nacional para a Democracia, liderada por Aung San Suu Kyi, condenou mesmo os atentados.

Há 10 dias, uma outra explosão num mercado da segunda cidade birmanesa, Mandalay, matou duas mulheres e feriu 13 pessoas, levando as autoridades a reforçar a segurança em Rangum.

Segundo testemunhas nos locais das explosões, muitas das pessoas que conseguiram sair dos supermercados parcialmente destruídos tinham as caras cheias de sangue.

O centro de convenções também estava cheio de visitantes para assistir ao último dia de uma feira de comércio tailandesa e a um desfile de moda.

Segundo fontes tailandesas, citadas pela BBC, não houve feridos entre os seus nacionais. E o primeiro-ministro, Thaksin Shinawatra, disse acreditar que o ataque não visou atacar interesses tailandeses.

O Governo tailandês também enviou de imediato um avião militar para recolher os seus cerca de 200 cidadãos envolvidos na realização do referido certame.

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