Paulo Portas, o ex-presidente do CDS, não foi à festa na sede do partido e, tal como tem feito desde que deixou a liderança, deixou todo o palco para Assunção Cristas. Mas acompanhou, de nervos em franja, como é o seu hábito, a noite eleitoral. "Sempre disse que a Assunção iria longe e está a fazer o seu caminho. O resultado em Lisboa é mais do que excelente e o CDS ganhou um espaço, mandatos e mais uma câmara. Isso deixa-me muito satisfeito. Sempre acreditei na capacidade da Assunção levar a sua missão a bom porto e a primeira etapa está vencida com muito mérito", declarou ao DN. Apesar da insistência do DN Portas não quis alargar o comentário. "Outros aspetos destas eleições podem dar que pensar, mas mantenho a minha direção de não falar de temas de política nacional, à exceção da compreensível saudação à presidente do CDS"..E não foi só o resultado "histórico" que o CDS alcançou em Lisboa, nem o facto de terem subido do "penta" para o "hexa" em número de câmaras ganhas, a gravar o sorriso na rosto de Assunção Cristas. "Este é um dia histórico para o CDS", afirmou. "Sinto que em Lisboa somos certamente os líderes da oposição e a nível nacional trabalharemos para também ser", afiançou ainda. Estas eleições eram a prova dos nove para a sua liderança. Ganhou em toda a linha. "Este era o primeiro grande desafio nacional e, apesar de neste momento já nem sequer fosse necessário, é óbvio que a Assunção está mais que legitimada como líder", comentou ao DN Nuno Magalhães, presidente do grupo parlamentar centrista. Magalhães nota que a "goleada" em Lisboa a "reforça" na liderança, lembrando que "foi uma aposta dela, assumida independentemente do PSD"..O espírito de festa já se antecipava ao final da tarde, em contraste com o ambiente de há quatro anos. No largo do Caldas, onde se situa o quartel-general centrista. Um écran gigante foi instalado na praça e cedo se começaram a ver "jotinhas" de bandeira em punho a gritar as palavras de ordem da campanha. Foram eles a celebrar primeiro a vitória em Lisboa, quando saíram as primeiras projeções, fazendo ecoar a sua euforia até à janela do segundo andar, onde se encontrava Assunção com o seu núcleo duro. O canal televisivo que tinham sintonizado ainda não tinha dado esses resultados e Assunção, sempre com ar muito sereno, hesitou se festejava logo ou não. Não demorou e pouco depois desceu para se juntar aos apoiantes e dizer que "valeu a pena arregaçar as mangas e calcorrear as ruas de Lisboa".