A semente de algodão que germinou na Lua não resistiu ao frio
A semente de algodão que tinha germinado no lado oculto da Lua - as imagens tinham sido divulgadas pela agência espacial chinesa esta quarta-feira - não sobreviveu às temperaturas geladas da noite. Plantada por responsáveis da missão chinesa da Chang-4, a sonda que pousou na lado oculto da Lua no dia 3 de janeiro, tinha sido a primeira vez que um ser vivo plantado pelo homem tinha conseguido desenvolver-se na superfície lunar.
As sementes tinham sido colocadas numa pequena biosfera selada que continha ar, água e solo. Os cientistas plantaram ainda sementes de batatas, de trigo e de algodão - assim como ovos de mosca da fruta. A semente de algodão tinha sido a única a conseguir germinar.
As espécies selecionadas foram escolhidas tendo em conta a sua tolerância à baixa gravidade, a radiações fortes e a grandes flutuações de temperatura.
Segundo o site da Quartz, que cita uma conferência de imprensa dos cientistas chineses responsáveis, os sistemas funcionaram até sábado (12 de janeiro). Mas nessa noite, quando as temperaturas começaram a descer na cratera de Von Kármán, até chegarem a valores abaixo de -50 ° C, a pequena planta de algodão congelou e a experiência foi considerada terminada. Uma noite na Lua equivale a 14 das na Terra.
Segundo Xie Gengxin, o cientista responsável pela experiência, quando as temperaturas subissem e as sementes descongelassem, iriam decompor-se, pelo que não existia hipótese de sobrevivência.
A Chang-4 encontra-se na cratera Von Kármán, na bacia de Aitken, no Polo Sul lunar, uma planície ampla e sem grandes acidentes, onde aterrou no início de janeiro, numa manobra considerada histórica por ter sido a primeira que desceu naquele lado da Lua que nunca se consegue ver da Terra.
A agência espacial chinesa já tem planeadas mais quatro missões lunares. Uma delas, que será lançada no final do ano, de acordo com o calendário divulgado, tem por objetivo trazer de volta para a Terra amostras do solo.