Sem limites
Por estes dias em que decorre em Lisboa a Conferência dos Oceanos não deixa de ser oportuno lembrar que foi nesta cidade que entre 1516 e 1517 Fernão de Magalhães concebeu o projeto de realizar uma viagem marítima que o iria celebrizar.
A valorização do enorme papel de Magalhães na História da Humanidade centra-se na circunstância de ter sido o primeiro homem que navegou todos os oceanos, tendo sido tão admirável feito que lhe permitiu dar uma volta ao mundo e assim conseguir que o nosso planeta passasse a ficar conhecido tal como ele é.
Magalhães admitiu e foi o primeiro a demonstrar na prática que no nosso planeta a sua parte marítima é maior que a terrestre, assunto que estava por esclarecer até à realização da sua viagem ao serviço de Castela entre 1519 e 1521.
A circunstância de ainda estarmos a celebrar os 500 anos do feito de Magalhães seria uma boa ocasião para se esperar muito de uma série que foi estreada no dia 24 de junho na Amazon Prime Video com o título Sem limites.
Desde pelo menos 1988 que se vinha esperando a realização de um filme ou série de ficção sobre Magalhães mas infelizmente aquilo que acabou por ser feito foi manifestamente muitíssimo mau em todos os planos. Na verdade se é bom termos uma espécie de "cheirinho" de Magalhães a realidade é que tantas falsidades absurdas que são expostas revelam como a ficção é muito pior que a realidade. Infelizmente as asneiras são tão grandes que nem dá para as analisarmos se não com um grande espaço de tempo perdido como o foi o ter assistido a este triste espetáculo.
Foi pena que não tivesse chegado ao conhecimento dos responsáveis por esta série um excelente romance publicado por João Morgado com o título Fernão de Magalhães e a ave do Paraíso que felizmente os leitores podem ter acesso para poderem fruir de uma forma agradável o que foi a história de uma vida apaixonante responsável pela mais admirável e difícil viagem marítima de todos os tempos.
Historiador, biógrafo de Fernão de Magalhães