Sem convencer Sanders a desistir, Obama anuncia apoio a Hillary em vídeo
Sim, Donald Trump seria "um desastre como presidente dos EUA". Sim, Bernie Sanders está "ansioso" por se encontrar com Hillary Clinton "num futuro próximo" para debaterem "a melhor forma" de trabalharem "juntos para derrotar" o nomeado republicano para as presidenciais de 8 de novembro. Mas não, o senador do Vermont não está disposto a desistir da corrida à nomeação democrata, mesmo sabendo que a ex-primeira-dama já tem os delegados necessários para garantir ser escolhida como candidata na convenção de julho em Filadélfia. E que hoje obteve o apoio oficial do presidente Barack Obama.
Durante uma reunião de pouco mais de uma hora na Casa Branca, em Washington, Obama terá procurado sensibilizar Sanders para a necessidade de unir o partido atrás de Hillary se querem vencer em novembro. Mas no final, diante de um verdadeiro batalhão de fotógrafos e jornalistas, o senador do Vermont explicou, já no exterior da residência oficial do presidente, ter apresentado a Obama a lista das suas prioridades, que prometeu levar à convenção democrata.
Mas, para já, a prioridade do senador do Vermont parece ser Washington DC, o distrito federal que vai a votos no dia 14, fechando o ciclo das primárias. "Claro que irei às primárias de DC na próxima terça-feira", garantiu Sanders.
Do que os dois homens disseram durante o encontro nada se sabe, mas o The New York Times garantia que a caminho da Casa Branca Sanders parou no Peet"s Coffee para comprar um scone. E as fotos mostram a dupla sorridente a caminhar sob as colunas que levam à Sala Oval.
Apesar de não dar sinais de tencionar desistir da corrida democrata, Sanders criticou a "intolerância e discriminação" que Trump tem revelado. "A meu ver os americanos não vão votar em nem tolerar um candidato que insulta mexicanos e latinos, que insulta os muçulmanos, que insultam os afro-americanos e as mulheres." E prometeu fazer "tudo o que estiver ao meu alcance (...) para garantir que Donald Trump não vai tornar-se o presidente dos EUA". Quanto a Hillary, o senador de 74 anos, cuja mensagem antissistema mobilizou os jovens e os mais desfavorecidos, pretende ajudá-la a formar um governo "que nos represente a todos".
Pouco depois de Sanders deixar a Casa Branca, Obama fazia aquilo que todos há muito esperavam dele: declarou o seu apoio a Hillary. Num vídeo divulgado no site da candidata, o presidente garante que a sua antiga rival (nas primárias democratas de 2008) que foi depois sua secretária de Estado é "a pessoa mais bem preparada" para desempenhar o cargo. Hillary respondeu através do Twitter, dizendo-se "honrada" com o apoio.
Veja aqui o vídeo de Obama:
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Com a nomeação quase garantida, Hillary e a sua equipa estão agora concentradas na estratégia contra Trump. E na escolha do candidato a vice-presidente. Os nomes de que mais se falam são Julián Castro, secretário da Habitação, latino e estrela em ascensão dos democratas, e Elizabeth Warren (ticket 100% feminino?), senadora do Massachusetts e crítica feroz de Wall Street.
Preocupado com republicanos
Convidado na quarta-feira à noite do Tonight Show da NBC, Obama preferiu não falar muito sobre o encontro com Sanders. Mas, questionado sobre se acha que os republicanos estão felizes com o seu nomeado - Donald Trump -, o presidente respondeu: "Nós estamos... Não sei o que eles pensam." Mas Obama fez questão de recordar que governar os EUA não é "um reality show", numa referência a uma das ocupações passadas de Trump, apresentador de The Apprentice.
"Este país precisa de dois partidos que sejam sérios e queiram resolver os problemas", explicou Obama a Jimmy Fallon. E sublinhou que o que está a acontecer no Partido Republicano "não é bom para o país como um todo. Não é uma coisa que os democratas deviam desejar".
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