"Qualquer decisão sobre a tour tem a ver com a artista", afirma Álvaro Covões sobre o concerto que a artista tem programado para o dia 11 de junho, no Meo Arena, em Lisboa, organizado pela sua promotora, a Everything is New. Ontem, a agenda, no seu site oficial, mantinha-se inalterada, nomeadamente os dois concertos em Londres, amanhã e na sexta-feira. No entanto, a Arena O2, indiciava que os concertos poderiam ser suspensos. "Estamos em contacto com os promotores da digressão da Ariana Grande e atualizaremos assim que obtivermos mais informação sobre as datas planeadas para a O2", refere um curto comunicado na página oficial do recinto. E embora o site TMZ diga que a digressão foi suspensa, os bilhetes para os vários espetáculos na Europa (Alemanha, Polónia, Suíça, Portugal, Espanha...) continuam à venda..Depois do atentado na arena de Manchester que vitimou 22 pessoas e fez mais de meia centena de feridos, impõe-se a pergunta: é preciso reforçar a segurança? Álvaro Covões, taxativo, diz: "Regra número um, não se discute segurança em público". "Os grandes eventos têm sido locais seguros", defende o empresário, responsável pela realização do festival Alive. E, salienta, "não foi num local fechado, mas no espaço público, junto às bilheteiras". "Nem há relatos de falhas de segurança no concerto"..O empresário diz que trabalham "em consonância com as autoridades em dispositivos de segurança que deem conforto [ao público]". Defende que o que está em causa não é um ataque ao evento, mas "à família" e "ao modo de vida ocidental". "Não tem a ver com uma área de atividade determinada"..Luís Montez, proprietário da Música no Coração e responsável pela organização do Super Bock Super Rock, sublinha que trabalham de acordo com a lei atual, mas que espera mudanças, nomeadamente o papel da segurança privada. "A mesma segurança privada pode revistar em aeroportos e estádios de futebol, mas não em eventos de música". Sobre o dispositivo de segurança nem uma palavra..Na Ritmos, responsável pelo Nos Primavera Sound e Paredes de Coura, José Barreiros considera que já fazem "tudo o que é humanamente possível". "Temos um dispositivo de segurança a controlar tudo o que se traz para dentro do recinto, mas não somos um estado policial". Barreiro lembra que Portugal é "um país que está fora desse tipo de acontecimentos ligados ao terrorismo, o que tem sido uma vantagem para o turismo". Admite que possa existir um maior dispositivo policial, com reservas. "Mais um ou dois PSP não vai evitar um ato terrorista, mas o público sente que há uma preocupação maior. Há esse lado psicológico de as pessoas se sentirem mais confortáveis. É encontrar esse equilíbrio".