Segundo da Vuelta ainda à espera de saber se é punido
Mosquera foi submetido a um controlo antidopagem a 16 de Setembro de 2010, cujas análises detectaram uma taxa anormal de hidroxietilamida, um expansor do plasma que pode mascarar o uso de dopagem sanguínea. Apenas no final de Abril a União Ciclista Internacional (UCI) pediu à Real Federação Espanhola de Ciclismo (RFEC) que abrisse um inquérito disciplinar ao ciclista. Antes disso, e na sequência das explicações do corredor, que garantiu ter "a consciência super tranquila", a UCI quis ter a certeza do passo a dar e pediu análises complementares ao laboratório de Colónia e um relatório de "peritos altamente qualificados".
Além de Mosquera, também o seu colega de quarto David García Dapena acusou o uso da mesma substância. Mas a situação dos dois ex-ciclistas da Xacobeo Galicia encontram-se em situações díspares: García Dapena já cumpre uma suspensão de dois anos porque registou outro controlo positivo na Vuelta 2010, por detecção de eritropoietina (EPO), uma das substâncias cujo consumo podem ser mascarado por hidroxietilamida. Os testes a David García Dapena foram realizados a 13 e 16 de Setembro.
Mosquera não se encontra suspenso preventivamente, mas a sua nova equipa, a Vacansoleil Pro, decidiu afastá-lo das competições, sem pagamento de salários, até a RFEC concluir o processo sobre o processo do ciclista originário de Teo, na Galiza. Juan Carlos Castaño, presidente da RFEC, disse ao jornal 'La Voz de Galicia' que falta menos de um mês para a federação tomar uma decisão. Castaño defende que "não houve atraso algum e tudo corre de acordo com os prazos previstos", pois, argumenta o dirigente", a UCI só remeteu o processo para o comité de competição da RFEC a 29 de Abril.
Uma das divergências entre acusação e defesa centra-se nos efeitos da hidroxietilamida. "Mais do que mascarar o uso de EPO como tal, o que faz é controlar os níveis do hematócrito que aparecem no passaporte biológico. Desta forma, permite que o passaporte não apresente qualquer anomalia quando o ciclista toma algum produto dopante", explicou fonte do Conselho Superior de Desportos ao jornal espanhol. A defesa de Mosquera argumenta por seu turno que a substância mascara o uso de EPO, destruindo as moléculas tanto da versão sintética como da hormona produzida pelo corpo, e que as análises mostram que este fenómeno não se verificou e os níveis eram o esperado.
O presidente da RFEC acredita que o ciclista poderá voltar em breve às competições, pois, como está há quase um ano sem competir, isso poderá ser levado em conta pelo comité de competição e esse período descontado do total da sanção. Mas, se for condenado, poderá ver a sua equipa rescindir o contrato de forma unilateral.
Mosquera é um velho conhecido do ciclismo português, pois começou a sua carreira como profissional na Paredes Rota dos Móveis, em 1999. Quatro anos depois ingressou na Cantanhede-Marquês de Marialva e em 2004 foi para a Carvalhelhos-Boavista. Só em 2005 voltou a Espanha, para assinar pela Kaiku.