Sede da Cofina embargada mas obras seguem
lisboa O novo edifício do grupo de comunicação social Cofina, que está a ser construído junto ao Estádio da Luz, em Lisboa, foi embargado esta semana pela Câmara Municipal de Lisboa (CML), adiantou na sua edição de ontem o semanário Expresso. De acordo com esta publicação, o embargo foi assinado na terça-feira pelo vereador Manuel Salgado, responsável pelo pelouro do Urbanismo da autarquia, mas na quinta-feira os trabalhos prosseguiam.
Na segunda-feira, os fiscais fizeram uma vistoria à obra em curso e em vez de, na cobertura do edifício, encontrarem "um jardim visual para os prédios envolventes", tal como foi acertado com os promotores do projecto, depararam-se com um amontoado de condutas e de caixas dos sistemas de aquecimento, ventilação e ar condicionado. Ou seja; tudo aquilo que os moradores de um prédio contíguo não queriam.
Foram, aliás, as suas reclamações que vêm desde o início da construção da obra, que levaram os promotores a aceitar instalar no pavimento da cobertura do prédio "lajetas com matéria orgânica que permitem formar um manto vegetal" funcionando como uma espécie de jardim, que quebraria os impactos visuais negativos que iriam sofrer os moradores locais.
Mas de acordo com os fiscais, neste momento, deixa de ser possível " a colocação do revestimento vegetal da cobertura", já que "o espaço para o fazer é reduzido". Isto porque as condutas ocupam uma área muito grande do pavimento da cobertura.
Mas enquanto fonte camarária garantiu que o embargo parcial (na cobertura) foi executado na quarta-feira - um dia após a sua assinatura - pela Polícia Municipal, já o porta-voz da Cofina, Armandino Geraldes, desmentiu o embargo "pois os promotores não receberam qualquer informação da câmara". Por isso, os trabalhos prosseguiam na quinta-feira.
A autarquia terá ainda instalado dois processos de contra-ordenarão: um por desrespeito ao projecto e outro por falta do livro de obra.
A polémica em torno deste edifício que começou a ser projec- tado em 1989, surgiu em 2008, quando os moradores do prédio contíguo começaram a ficar sem visibilidade. O DN tentou contactar com a CML, mas em vão.