A secretária de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior alertou esta segunda-feira em Leiria para os riscos de perda de informação historicamente relevante com a aplicação do Regulamento Geral de Proteção de Dados (RGPD) no ensino superior..Maria Fernanda Rollo que abriu o seminário "Regulamento Geral de Proteção de Dados - Uma visão para o Ensino Superior", organizado pelo Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos na Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Leiria, sublinhou as "duas dimensões" da proteção de dados..Para Fernanda Rollo, é preciso "respeitar, em quaisquer circunstâncias, a privacidade e defesa dos direitos", mas com "equilíbrio e bom senso".."Compete-nos a nós, na área da ciência, apresentar algumas soluções", nomeadamente para a preservação de informação em condições de utilização "num futuro mais longo"..A secretária de Estado lembrou o papel dos registos paroquiais que, antes da generalização dos registos civis, permitem que hoje se aceda a dados históricos sobre nascimentos e óbitos:."Graças a eles é que temos essa informação. Temos a responsabilidade de pensar mais além e estar atentos à vertigem de digitalização. A facilidade com que apagamos dados é absolutamente impressionante"..A par disso, Maria Fernanda Bello comentou também a perspetiva segundo a qual os dados são encarados como "o petróleo do futuro":."São de facto, mas nós também somos as pessoas do presente e do futuro. Sem ética e boas práticas, não conseguiremos lidar bem com esta questão"..O presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP), Nuno Mangas, salienta que o ensino superior é das instituições "que mais dados trata e com uma vastidão muito significativa"..Hoje, contabilizam-se dados de 360 mil estudantes no ensino superior público, privado, universitário e politécnico. Além destes, há ainda informação sobre "milhares e milhares" de antigos e potenciais alunos, portugueses e estrangeiros, e múltiplos outros sobre parceiros a diversos níveis.."Temos uma responsabilidade claramente acrescida. Não somos uma mera instituição: somos uma instituição que deve ter valores e princípios, que devem estar sempre presentes. Devemos dar o exemplo para a sociedade e para outro tipo de instituições", concluiu o presidente do CCISP.