Scott Boras, o agente mais poderoso em 2016 à frente de Jorge Mendes

Ranking da revista americana Forbes elege o americano, ligado ao basebol, como o empresário desportivo que mais faturou
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Outrora já foi o Jorge Mendes do basebol, mas agora talvez seja mais fiel retratar o agente português como o Scott Boras do futebol.

Este americano de 63 anos foi considerado pela revista Forbes, pelo segundo ano consecutivo, como o maior agente de desportistas a nível mundial. E também pelo segundo ano consecutivo Jorge Mendes é o segundo classificado, mas o primeiro no que diz respeito ao futebol.

Scott Boras conseguiu movimentar três vezes mais do que Jorge Mendes. No total, o volume de negócios do americano ascendeu aos 1,9 mil milhões de euros, ao passo que Mendes ficou-se pelos 640 milhões de euros em transferências com ganhos em comissões na ordem dos 60 milhões de euros.

Estamos a falar de modalidades e universos distintos, ainda assim, Scott Boras conseguiu ganhos muito visíveis. Só para se ter uma ideia, o americano representa, na atualidade, nove praticantes de basebol com contratos anuais acima dos 100 milhões de dólares (89 milhões de euros) e 13 com ganhos/ano superiores a 80 milhões de dólares (71,2 milhões de euros).

Nos últimos 12 meses, Boras negociou Prince Fielder para os Texas Rangers num negócio global de 214 milhões de dólares (190,6 milhões de euros) e de Chris Davis para os Baltimore Orioles por um valor total de 153 milhões de dólares (136,3 milhões de euros) e ainda o pacote que envolveu Max Scherzer e Stephen Strasburg para os Washington National por uma soma acumulada de 385 milhões de dólares (342,9 milhões de euros).

Jorge Mendes, segundo a revista Forbes, foi bastante prejudicado pelo brexit, que levou à queda do euro e da libra esterlina face ao dólar. Ainda assim, o empresário português esteve envolvido em transferências de avultadas somas como as de Renato Sanches para o Bayern Munique ou de André Gomes para o Barcelona, só para referir duas operações que dizem respeito a internacionais portugueses que muito se valorizaram com a con-quista do Europeu 2016 no passado mês de julho.

Os 60 milhões de euros angariados por Jorge Mendes ficaram ainda a uma distância do que amealhou em 2015 quando viu a sua conta bancária ser reforçada com um pouco menos de 85 milhões de euros.

No que diz respeito a Scott Boras, é preciso dizer que teve de fazer um longo percurso antes de se afirmar como um empresário bem sucedido no mundo do desporto e tudo começou pela sua afinidade com o basebol, ele que foi praticante da modalidade, mais a sério nos seus tempos de universitário. Hoje tem 63 anos mas na Universidade do Pacífico ficou célebre por ter estabelecido uma média recorde de 312 batidas numa só temporada.

Ao mesmo tempo que frequentava o curso de Direito começou a trabalhar numa firma de advocacia em assuntos de índole farmacêutica.

No início da década 80 ajudou dois antigos companheiros, Bill Caudill e Mike Fischlin, a conseguirem bons contratos e foi aí que se deu o clic. Abandonou de vez a advocacia, cuja licenciatura nunca chegaria a obter, e dedicou-se em exclusivo ao agenciamento de jogadores de basebol, tendo estabelecido uma empresa onde deu emprego aos dois homens que lhe mostraram que carreira profissional queria exercer.

Nos dias que correm tem em carteira mais de 80 praticantes de basebol.

A sede da sua empresa, Boras Corporation, está situada na Califórnia, em Newport Beach. E é qualquer coisa de fantástica. A infraestrutura comporta uma cozinha, uma lavandaria, um ginásio, sauna, banho turco, uma sala com 70 ecrãs gigantes e ainda um pátio com uma cascata e espaço para um barbecue onde os funcionários e respetivas famílias confraternizam.

Pelos exemplos referidos atrás, pode perceber-se que uma percentagem importante dos empregados de Boras são antigos jogadores de basebol.

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