Sauditas já investiram mais de 800 milhões de euros desde que Ronaldo chegou
Cristiano Ronaldo abriu as portas e avisou que a Liga da Arábia Saudita iria tornar-se numa das melhores do mundo. Na altura, muitos duvidaram do que dizia, mas a verdade é que não foi preciso esperar muito tempo para se sentirem os ventos de mudança no futebol daquele país. Se é certo que CR7 chegou ao Al Nassr a custo zero, depois de rescindir contrato com o Manchester United, este verão são muitas as estrelas que estavam no futebol europeu que vão chegando à Arábia, de tal forma que os clubes sauditas já investiram mais de 843 milhões de euros em reforços, mais do dobro da Liga espanhola (384 milhões de euros) e ainda à frente da Série A italiana (754,9), Bundesliga (661,6) ou a Ligue 1 francesa (681,7). À frente da Liga saudita está apenas a Premier League (2320 milhões de euros),
O brasileiro Neymar bateu o recorde de investimento feito por um clube saudita num só futebolista, pagando ao Paris Saint-Germain qualquer coisa como 90 milhões de euros, montante que ainda poderá atingir a fasquia dos 100 milhões se forem atingidos determinados objetivos. O avançado passa a ser a principal estrela do Al-Hilal, treinado por Jorge Jesus, que tem sido o maior animador do mercado, pois já investiu 353 milhões de euros em novos jogadores, tendo realizado quatro das cinco operações mais avultadas até ao momento, com o brasileiro Malcom (60 milhões de euros), Rúben Neves (55) e Aleksandar Mitrovic (52,6).
O único jogador a intrometer-se neste top 5 é o internacional português Otávio, que o Al-Nassr, treinado por Luís Castro, contratou ao FC Porto por 60 milhões de euros, embora os dragões apenas tenham encaixado cerca de 40 milhões.
Aliás, o Al-Nassr de Cristiano Ronaldo, um dos quatro favoritos ao título, é apenas a terceira equipa que mais dinheiro investiu até ao momento, pois com CR7 a ter chegado a custo zero, investiu 165 milhões de euros em novos jogadores, dos quais se destacam os 30 milhões de euros pagos ao Bayern Munique pelo avançado senegalês Sadio Mané, ao qual se juntam o defesa Aymeric Laporte (27,5 milhões), Marcelo Brozovic (18) e Seko Fofana (25), sendo que se pode considerar o brasileiro Alex Telles uma contratação de baixo custo (4,6 milhões).
Feitas as contas, o segundo clube que mais investiu em reforços foi o Al-Ahli com 183 milhões de euros, sendo que a maior fatia foi canalizada para o jovem médio espanhol Gabri Veiga, de 21 anos, contratado de forma surpreendente ao Celta de Vigo por 40 milhões de euros. Seguem-se o argelino Riyad Mahrez, que chegou do Manchester City a troco de 35 milhões de euros, os defesas Merih Demiral (30 milhões), Roger Ibañez (28,5), o avançado Allan Saint-Maximin (27,2), o guarda-redes Edouard Mendy (18,5) e o médio Franck Kessié (12,5).
Curioso é que os atuais campeões sauditas, o Al-Ittihad são apenas o quarto clube da Liga que mais investiu até agora, com 75,8 milhões de euros, sendo o português Jota (29,1), que até pode estar de saída do clube, o outro jogador que implicou um investimento significativo. Isto porque os franceses N"Golo Kanté e Karim Benzema chegaram a custo zero, depois de terminarem contrato com Chelsea e Real Madrid, respetivamente.
Al-Hilal, Al-Nassr, Al-Ittihad e Al-Ahli foram os clubes comprados pelo fundo de investimento saudita, financiado com dinheiro do Estado. Os outros emblemas da liga não apresentam, por isso, tanta capacidade para recrutar estrelas por milhões. Que o digam os outros dois treinadores portugueses da liga, Pedro Emanuel que viu o seu Al-Khaleej investir pouco mais de dois milhões de euros em reforços, enquanto o Al-Hazem de Filipe Gouveia apenas gastou 1,5 milhões.
Se ao nível das transferências, a Liga saudita é a segunda que mais investe no mundo, o que dizer em relação aos salários? Pois bem, dos dez ordenados mais altos do futebol mundial, sete são de jogadores que atuam a Arábia Saudita, com Cristiano Ronaldo e Karim Benzema a dividirem o pódio com 200 milhões de euros por ano, seguindo-se Neymar (100 milhões anuais), N"Golo Kanté (100), Sadio Mané (40), Jordan Henderson (40), Riyad Mahrez (35) e Kalidou Koulibaly (30).
Os intrusos neste top são Kylian Mbappé, a quem o Paris Saint-Germain paga 70 milhões de euros anuais e Lionel Messi, que recebe 45 milhões ao serviço do Inter Miami.