O Estado está a dever cerca de seis milhões de euros às duas empresas que fazem a recolha de cadáveres de animais e garantem a sua destruição. O sistema foi criado depois da crise das vacas loucas e é considerado fundamental para garantir a segurança alimentar. A associação Quercus alerta para o risco de o sistema se tornar insustentável, se as dívidas não forem pagas, e com isso haver falhas que possam trazer perigos para a saúde pública. O Ministério da Agricultura e do Mar reconhece atrasos nos pagamentos, mas afirma que vão ser acelerados em setembro..O Sistema Integrado de Recolha de Cadáveres de Animais (SIRCA) recolheu no ano passado 415 mil animais mortos, num total de 275 toneladas. este ano, a média diária tem sido de 1550 cadáveres. A recolha é feita por um consórcio de duas empresas - ITS e Luís Leal & Filhos -, as únicas em Portugal a fazer este tipo de serviço. Fonte empresarial confirmou ao DN que "o atraso médio no pagamento ronda os seis meses e que estão por pagar às empresas cerca de seis milhões de euros". Houve um pagamento em julho, mas muito inferior ao que seria esperado. Situação que está a deixar as empresas numa posição difícil e que as poderá afastar, se nada acontecer, de um próximo concurso para prestar este serviço..Uma falha no sistema, alerta a associação ambiental Quercus, pode ter consequências para a saúde pública e segurança alimentar. "Se estes resíduos orgânicos não forem recolhidos e destruídos há o risco de poderem ir parar a mercados ilegais de carne. Esta seria a situação mais dramática e nada há nada que garante que não pudesse acontecer. É a segurança alimentar que fica em causa e a saúde pública com o perigo de epidemias nas próprias explorações", diz Rui Berkemeier, referindo-se ao risco de contaminação dos solos e água que poderá haver se o animal morto ficar no campo e estiver doente..Leia mais no e-paper do DN ou na edição impressa