Sarah foi ao limite e conseguiu: fez sete maratonas em sete dias

Quinze pessoas completaram o World Marathon Challenge, que implica correr sete maratonas nos sete continentes em sete dias seguidos. Sarah Ames, 47 anos, advogada, teve de ultrapassar o maior obstáculo quando perdeu o passaporte
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Há muita coisa que pode correr mal quando alguém se propõe a fazer sete maratonas, em sete dias seguidos, com outras tantas viagens intercontinentais pelo meio. O que Sarah Ames, provavelmente, não esperava que lhe acontecesse era ficar sem passaporte a meio do desafio (o World Marathon Challenge), quando estava a duas horas de voar de Miami (EUA) para Madrid (Espanha). Para a atleta amadora - uma advogada de Chicago, com 47 anos e dupla nacionalidade estado-unidense e alemã - essa foi a maior prova de superação. Também ela cumprida no limite. E com sucesso.

Depois de lhe roubarem a mochila onde tinha o passaporte, após completar a terceira maratona, Sarah Ames conseguiu in extremis que as autoridades alemãs lhe emitissem o novo documento, ainda a tempo de apanhar o voo para Madrid. Assim, pôde continuar a testar os seus limites, ao lado dos outros 14 concorrentes do World Marathon Challenge, um desafio extremo que implica fazer sete maratonas, em sete continentes (considerando América do Sul e América do Norte como partes separadas), em sete dias seguidos.

[destaque:Sarah fez as sete maratonas com uma média de 6:29.05 horas cada]

Sarah, que é advogada a tempo inteiro mas corre um mínimo de 50 a 60 quilómetros todas as semanas (chegando até aos 160), ficou com o pior tempo entre os 15 participantes: uma média de 6:29.05 horas por maratona, a grande distância do vencedor (o norte-americano Daniel Cartica, em 3:32.25) ou da melhor entre as quatro concorrentes femininas (Becca Pizzi, também dos EUA, em 3:55.11). Mas isso não a incomoda: "Eu não corro pelo tempo", alega.

A atleta amadora corre, sim, pelo desafio de superar a mítica distância (42,195) - que a tinha levado a completar 39 maratonas antes do World Marathon Challenge. E para promover causas sociais: neste caso, aproveitou a participação na competição para recolher fundos para a Hamlin Fistula USA, fundação que luta contra a fistula obstétrica - uma grave lesão entre a vagina e a bexiga ou o canal retal, que pode afetar as mulheres.

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Foi por tudo isso que Sarah Ames correu o mundo na última semana de janeiro: começou na Antártida, passou pela América do Sul (Punta Arenas, Chile), pela América do Norte (Miami, EUA), pela Europa (Madrid, Espanha), por África (Marraquexe, Marrocos) e pela Ásia (Dubai, Emirados Árabes Unidos) e terminou na Oceânia (Sydney, Austrália). E, depois de ter passado sete dias "às voltas", com mais de 280 quilómetros nas pernas, até ela admite: "Agora não posso dizer que esteja a correr sobre rodas."

Ainda assim, o desafio de Sarah foi superado. E o World Marathon Challenge repete-se, nos mesmos moldes, em 2017: a participação custa 35 mil euros e, como já se viu, pode incluir as mais inesperadas peripécias.

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