Sara Matos: "Sou a rapariga comum que está a lutar por aquilo que quer"

Ela já não é a menina dos <em>Morangos com Açúcar</em>. Será Alice, a vilã da nova novela da TVI, que tem estreia marcada para 2 de fevereiro. A atriz de 24 anos conta com intensidade o caminho percorrido até concretizar o sonho de infância.
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Os portugueses estão a pouco mais de uma semana de conhecer a sua terceira protagonista, Alice, vilã de O Beijo do Escorpião. Espera, daqui a um mês, receber ameaças na rua?

Não faço ideia. Não tenho qualquer expectativa sobre o comportamento do público perante a minha personagem. Aquilo que queria passar, que era humanizar a personagem, esse processo está feito. Ainda hoje, um dos realizadores da novela, o Atílio Riccó, disse-me que já tinha visto um bocadinho do primeiro episódio e que, realmente, dá vontade de me bater. Até gostava, mas [risos]... se tiver de ouvir coisas menos positivas na rua, não é uma coisa má, porque indica que a personagem está a funcionar. Mas o carinho que recebo do público é tão grande que dificilmente acredito vá sofrer com isso.

Quem é a Alice?

A Alice é uma miúda de 20 e poucos anos. Ela é uma atrasada moral. Porquê? Porque não distingue o bem do mal. É-lhe difícil passar pelas pessoas sem usar manipulação, porque ela aprendeu a fazer assim para conseguir o que queria. Não deixa de ser uma miúda, e vai continuar a sê-lo. Quando não tem o que quer, faz birras. O meu estudo passou muito pela observação. Foi importante perceber que há muitas pessoas assim. Não foquei muito esta personagem na maldade mas sim na infância, naquilo que ela passou e porque é que não cresceu como as outras pessoas.

Como está a ser contracenar com Dalila Carmo, uma das suas atrizes favoritas?

Está a ser maravilhoso.

Porque é que ela é uma referência para si?

Eu gosto de ver as pessoas representarem sem texto. O texto estar ali ou não estar é igual. Eu podia estar a ver televisão sem som e ela estar a passar tudo. Vê-se no olhar, na maneira como se movimenta. É uma pessoa que sempre me tocou muito. Às vezes não precisamos de ter grandes papéis. Basta estar lá, estar presente, estar a viver a cena. Se estivermos a viver a cena, a acreditar, fazemos os outros acreditar. Ela ensinou-me muita coisa, mesmo antes de a conhecer.

Já lhe disse isso?

Não! Estas coisas não se dizem. E não é preciso! Eu acredito que ela se sinta muito recompensada com o trabalho que faz. Eu sinto, quando estou lá e vivo as cenas. Muitas vezes as pessoas perguntam-me "então, correu bem?". E eu "não sei. Correu? Eu não sei, estava a vivê-la".

Faz novamente par romântico com o Pedro Teixeira, com quem criou uma relação de amizade durante o Dança com as Estrelas. Isso traz-lhe conforto?

Foi importante ter o Pedro ao meu lado porque esta personagem dá-se muito a conhecer fisicamente. Nunca fiz cenas mais quentes, mais ousadas, de cama. A Alice vai envolver-se com vários homens e eu posso dizer que tive a sorte de me calhar o Pedro. Ele respeita-me imenso, é um grande amigo meu. E nada melhor do que fazer essas cenas com ele.

Como foi fazer essas cenas?

Foi uma novidade para mim. Isto não tem nada que ver com ter complexos. Uma coisa é fazer uma cena de cama, outra coisa é fazer uma boa cena de cama, em que as pessoas veem e pensam "uau, isto está a acontecer!". São cenas em que, a bem ou a mal, a pessoa tem de estar à vontade, tem de se divertir. Pedi algumas opiniões à Dalila, porque sinto que ela transpira sensualidade. Não tem que ver com estar em melhor forma ou não. Se a pessoa está bem, se se sente bem consigo e com a pessoa com que está a fazer, fica muito mais bonito e sensual. Acredito que as cenas têm de ficar reais.

O Beijo do Escorpião tem a dupla e difícil tarefa de estar à altura das audiências de Belmonte e combater Sol de Inverno. Acha que a novela tem os ingredientes certos para manter esses números?

Felizmente, todas as produções da TVI que tenho acompanhado têm sido de grande sucesso. Sou sincera: eu preocupo-me com o meu trabalho e é dessa maneira que posso recompensar as pessoas. Se cada um se preocupar, acho que tem tudo para ser um sucesso. E as audiências vêm por si. Eu acredito na realidade, no autêntico, no esforço, e mais não posso fazer. Acredito que vai ser um sucesso, senão nem sequer tinha aceitado este trabalho. Acho que esta novela tem tudo para resultar. Se vai ter audiências ou não, não sei. Acredito que sim.

O facto de a novela Doida por Ti [protagonizada pela atriz] ter passado a ser emitida apenas ao fim de semana desiludiu-a?

Doida por Ti foi um projeto brutal na minha carreira. Acho que é uma novela muito cómica, as pessoas fartam-se de rir quando estão a vê-la. Tem um elenco formidável, aprendi imenso.

O que é que acha que correu mal numa novela que, inicialmente, era emitida diariamente, antes do Jornal das 8?

Não sei. Não é que tenha corrido mal. São estratégias da TVI. O meu trabalho está feito. É assim que eu penso. Se mudou de horário ou não, foi uma estratégia da TVI que... não sei... porque não fui informada sobre isso. Sinceramente, o meu trabalho não passa por aí. As pessoas que viam a novela continuam a ver e a adorar. E isso é que é o mais importante.

A Sara vai estar de segunda a sexta-feira em O Beijo do Escorpião e, ao sábado, em Doida por Ti. Acha que os espectadores da TVI vão cansar-se de si?

Não sei. As personagens são completamente diferentes uma da outra. Mas eu percebo o que quer dizer. Já tinha pensado em, a seguir a este projeto, descansar a minha imagem, formar-me, e é isso que pretendo fazer. Surgiu esta oportunidade, era impossível recusar este projeto, porque esta é uma grande personagem, completamente diferente das outras.

Como está a sua relação contratual com a TVI? Tem contrato?

Não faço comentários sobre questões contratuais.

A TVI tem feito uma aposta consistente em si, desde os Morangoscom Açúcar, até ao Dança com as Estrelas, que venceu, no ano passado e, agora, como protagonista desta novela. Sente-se "empurrada" para o papel de namoradinha de Portugal?

Não, não sinto.

Identifica-se com esse epíteto?

Não, não. Eu sou muito centrada no meu trabalho. Gosto mesmo de fazer isto. Estou numa fase em que tudo acontece de repente. Estive em Belmonte, no Dança com as Estrelas, que foi um salto gigante em termos de autoestima, em termos profissionais-

Porquê em termos de autoestima?

Para já, porque o público, que só me conhecia como personagem, conheceu o meu "eu". Lembro-me de que, na primeira vez que estive em palco, ia-me dando uma coisinha má! Eu sempre fui uma pessoa muito tímida. Passou muito por aí, pelo facto de as pessoas terem acreditado em mim. No início, estava muito apagada, cheia de medo. De repente, acreditei em mim. Acho que estas oportunidades que a TVI me tem dado têm muito que ver também com o meu esforço. Eu importo-me com isto! Eu vou para casa, preocupada, porque tenho cenas para gravar no dia seguinte. Sou uma pessoa que se esforça mesmo. Sou uma pessoa trabalhadora, acho que mereço realmente tudo o que que me têm dado. Obviamente que isto tem tudo que ver com uma questão de sorte. Sou uma pessoa que gosta de ter uma boa imagem... há aqui todo um pacote que funciona. Porque as pessoas também querem ver uma pessoa comum. Eu não deixo de ser uma pessoa comum. De repente, está tudo a acontecer, ganhei o Dança com as Estrelas, mas tudo passa, tudo é efémero. É como a fama, é só uma questão de reconhecimento. Eu acredito muito no trabalho, no esforço, na eficácia, no talento que se ganha a partir da aprendizagem... por isso... namoradinha de Portugal? O importante é verem-me como a pessoa comum que sou e que está a passar por uma fase muito boa. Mas que não deixa de ser uma fase.

Nesta fase de grande exposição mediática, em que faz novelas, programas, campanhas de publicidade, como a que fez para a Tezenis, tem noção de que o seu nome se transformou numa marca e que essa marca vale dinheiro?

Não tenho muito essa noção.

Se a Sara fez uma campanha é porque o seu nome vale dinheiro...

Sim, é verdade... Lá está, eu vejo isto de uma maneira muito natural e acho que é isso que funciona. Não me vejo como uma marca. Não é que queira ver-me como um exemplo mas, lá está, acho que as pessoas me veem como a rapariga comum, que qualquer um pode ser. Gosto desta coerência, que é essencial neste percurso. Acho que faz parte não sonhar demasiado, mas definir obstáculos. Sou a rapariga comum que está a lutar por aquilo que quer.

Há muitas atrizes da sua geração, com a mesma exposição mediática, que apostam em outras áreas, como a moda ou a apresentação. A Sara pondera também essas valências ou prefere centrar-se na representação?

Até agora, tenho-me focado muito nesta área. Sempre quis ser atriz mas também sempre adorei cantar. Mas nunca me envolvi num projeto porque acho que todos precisamos de bases para construir uma coisa coerente. E eu gosto de ser coerente. Gosto de me formar, gosto de dizer que nada sei. Se nada sei desta área e já estou há dez anos a estudar representação não posso, de repente, arriscar noutra área... Quer dizer, posso, mas nunca o fiz até agora. Não descarto a hipótese de, um dia, cantar, fazer um álbum, mas tinha de ser com muita formação.

"A primeira vez que subi a um palco foi horrível. Uma canastrice da pior espécie!"

Como é que, aos 10 anos, se vira para os seus pais e diz "quero ir fazer um curso de expressão dramática"?

Foi exatamente isso que aconteceu.

Mas como é que isso surge?

A minha mãe perguntou-me o que é que eu queria fazer, e eu disse que gostava de representar. Ela pesquisou, encontrou um curso. Na altura, o meu grupo tinha idades entre os 10 e os 15 anos. Foi muito engraçado, aos 10 anos, começar a dar-me com pessoas muito mais velhas do que eu. O curso passou muito por trabalharmos o pudor do corpo, de falarmos muito das nossas memórias afetivas, das nossas experiências... Foi engraçado, com apenas 10 anos, passar por esse processo.

Foi uma experiência intensa, para uma criança de 10 anos, fazer esse curso e, depois, voltar para a realidade da escola?

Foi um salto muito grande em termos de crescimento porque, de repente, temos um outro olhar sobre as coisas. Começamos a olhar os nossos colegas de escola na situação em que estive, no fim de semana, em posição fetal, a pensar naquilo que eu era há cinco anos.

Quem é que a inspirou para seguir esta profissão?

Não houve ninguém. Eu via televisão, sempre vi muitos filmes, e lia muito. E nos livros era onde eu viajava mais. Encontrava imensas pessoas diferentes nos livros... Nessa altura não viajava muito com os meus pais, mas encontrava outras atmosferas que eu desconhecia. Eu lia, mas como é que eu sentia isso? E, de repente, eu quis sentir isso, quis sentir-me na pele das personagens dos livros.

No nono ano, decide ir para a Escola Profissional de Teatro de Cascais. Como é que os seus pais lidaram com isso?

Lidaram muito bem. Na altura, estava a viver em Lisboa e mudei-me para Cascais. A escola era ao lado da casa onde eu ia viver. Não podia ter sido mais perfeito. Os meus pais sempre me apoiaram imenso.

A primeira vez que subiu a um palco foi na peça de Gil Vicente Auto da Índia. Como foi?

Foi horrível! Foi uma canastrice da pior espécie [gargalhada]! Tinha o texto todo decoradinho, mas lembro-me perfeitamente de o público começar a entrar... Ia morrendo! Ia tendo um ataque de coração. Eu tinha pedido muito aos meus pais para ir para a escola e tinha estudado, ensaiava aos fins de semana... E, de repente, era a grande prova! Sempre tive muito isto. Sempre quis ser muito especial. Sempre quis provar, sempre fui muito perfecionista. Queria ser a melhor, queria dar tudo por tudo.

Sentiu-se especial quando a peça acabou?

Estava cansadíssima, fartei-me de chorar. A opinião das pessoas foi diversa. Umas adoraram, outras disseram "estavas completamente over!". E eu "o que é isso?". "Estavas com uma adrenalina!" Ou seja, não estava um trabalho bem feito. Não estava mesmo. Mas eu estava com uma vontade, com uma adrenalina! Que acho que, às vezes, é o que falta. Falta as pessoas acreditarem, darem tudo por tudo! É acabar uma cena completamente esgotada, é chegar a casa completamente morta! Eu só acredito em viver as coisas de maneira intensa.

Isso torna-se cansativo para as pessoas que a rodeiam?

Acho que sim. Às que não me conhecem, pura e simplesmente, digo "eu tenho de estudar". Mas não sobrecarrego as pessoas que estão próximas de mim com isso. Simplesmente preciso de um espaço para mim. Preciso das minhas horas sozinha, do meu tempo de estudar. E não é tempo para decorar o texto. É tempo para pensar naquilo, para observar e para estar comigo mesma.

Quando fez o casting para os Morangos sentiu que ia ser escolhida?

Não pensei nisso. Lembro-me de que, quando soube, ia morrendo! Foi uma ótima notícia! Lembro-me de ter pensado no casting: "Tenho de ser natural." Eu fazia teatro há três anos, tinha tiques...Tive a consciência de que não podia representar como se estivesse em palco, tinha de pensar que estava em televisão, tal era a minha vontade de querer mostrar que conseguia distinguir uma coisa da outra. E é tão difícil!

Ficou apaixonada por televisão?

Fiquei. Percebo que, para muitas pessoas, seja difícil fazer televisão porque temos pouco tempo para nos concentrarmos. Eu já venho concentrada de casa. A malta que já me conhece sabe disso. Estou em estúdio e já estou no meu espaço, a pensar naquilo que tenho para fazer. Conheço excelentes atrizes que conseguem mudar, eu ainda não consegui chegar aí ou eu própria escolho não o fazer. Tenho uma postura que gosto de me guardar, de estar comigo e opto por ter alguma distância corporal, mesmo para conseguir chegar às cenas, para não pararem mais de um minuto comigo. Passa um avião e eu não me desconcentro, é preciso chorar, eu choro... Por isso é que estamos a gravar 12 horas ou só uma cena e eu faço o mesmo. Porque estou a dar tudo por tudo, o tempo todo. Só assim, só concentrando-me, tudo se torna menos cansativo.

Gostava de ir trabalhar para o estrangeiro, à semelhança da Daniela Ruah?

Penso muito no presente e, até agora, tudo tem acontecido tão depressa que não tenho tido tempo para pensar. As ambições são as mesmas. Ir lá para fora seria ótimo. Mas não tenho parado de crescer, de aprender. Por isso, irei até onde a minha formação me levar, seja aqui seja lá fora,isso para mim é o mais importante.

"Gosto de ter relações intensas"

É perfecionista em todos os aspetos da sua vida?

Mais no lado profissional. Confesso que gostava de ter mais tempo para estar com os meus amigos e a minha família.

Abdicou de alguma coisa para atingir essa perfeição?

Abdiquei, mas acho que é natural. Quanto mais jovens somos mais intensas são as relações. Quando não gravava tantas horas seguidas, largava tudo, às duas da manhã, e ia ter com um amigo só porque lhe apetecia ver um filme. Hoje já não o faço de uma maneira tão automática porque sei que tenho responsabilidades. Então mantenho-me uma amiga... não digo coerente, porque não gosto disso em nada na minha vida. Sou uma pessoa extremista, também. Gosto de ter relações intensas. Por isso é que não me considero uma pessoa muito fácil nesse sentido. Não sobrecarrego os outros, mas preciso do meu tempo. E é difícil dizer aos outros que precisamos do nosso tempo, quando já pouco tempo temos. Mas eu preciso disso para estar bem. Para mim e para os outros. Abdico, porque sou louca por ser atriz e porque sei que requer trabalho. Porque sou muito feliz naquilo que faço. Mas sem dúvida que, se não trabalhasse tanto e não fosse tão perfecionista, teria muito mais tempo, poderia fazer muitas mais surpresas aos meus amigos... mas sinto que, desta forma, também os deixo muito orgulhosos. Sinto muito orgulho da parte deles.

Acaba por ser solitário?

Não! É impossível ser solitário porque faço aquilo de que gosto! Nos dias de hoje, é tão difícil isso acontecer! Ainda ontem estava a ver, no Jornal das 8, uma reportagem sobre os emigrantes. Vejo a dificuldade que as pessoas têm em construir uma nova vida lá fora, a saudade que as têm de Portugal... Cada vez agradeço mais à vida e às pessoas que me rodeiam a sorte que tive de ter tido esta oportunidade. Tenho um grande orgulho em poder dizer que as pessoas olham para mim como a rapariga comum que conseguiu ter algum sucesso. Isso é muito gratificante porque vou ter sempre sucesso, seja em televisão, tendo ou não trabalho, porque consegui, até agora, aquilo que queria, da maneira mais tranquila, sem passar por cima de nada, vivendo obstáculos e sabendo que isto é uma fase. Para mim, é importante estar atenta ao que me rodeia, perceber de que forma posso ajudar os outros e ter os pés bem assentes na terra.

Sente-se um bicho raro da sua geração? A maioria das pessoas da sua idade não alcançou um décimo do que a Sara já fez.

Olhe que não me sinto nada. Tenho conhecido pessoas bem-sucedidas, de áreas completamente diferentes da minha, que se esforçam imenso e que vivem a vida ao máximo. Têm mais tempo do que eu, saem à noite todos os fins de semana, adoram fazer programas... Eu adoro ter amigos que não sejam do meio, apesar de me dar bem com toda a gente. Gosto de ter pessoas que não façam parte do meio porque é importante para nós ver pessoas que não tenham ali um espelho, como eu às vezes tenho! E vejo tanta gente que está bem! A única diferença é que eu sou conhecida, apareço nas revistas e na televisão. Porque, de resto, há muitas pessoas da minha idade que são bem-sucedidas. Vejo o sucesso à minha volta. Não temos tido grandes oportunidades em Portugal mas vejo a vontade. Acho que todos acreditamos muito e estamos cheios de vontade de dar a volta a esta situação financeira, de vontade de vingar e mostrarmos que podemos fazer a diferença.

"Admiro muito o Lourenço. É um grande exemplo de crescimento para mim"

Qual tem sido a importância de Lourenço Ortigão [com quem namora desde a série Morangos com Açúcar, em 2009] na sua caminhada?

O Lourenço tem sido um grande exemplo para mim. Tem sido o meu companheiro, há quatro anos e meio, e é uma pessoa por quem tenho uma grande admiração.Acho que ele teve um salto brutal em termos profissionais. E posso dizer que não tive nada que ver com isso, porque não falamos de trabalho. Ele tem feito um trabalho excelente em termos de crescimento e, para mim, só me serve de exemplo.

Como é que ele a conquistou?

[pausa] Como é que ele me conquistou? Sei lá, nunca tinha pensado nisso. Confesso que, se essa pergunta tivesse sido feita há uns anos, teria respondido que não gosto de falar sobre a minha vida pessoal. Que não gosto. Mas, pelo tempo que nós estamos juntos, e somos um casal mediático, que as pessoas têm apoiado com tanto carinho, obviamente que acho natural que queiram saber um bocadinho sobre nós. Não há grande história! Somos um casal como qualquer outro. Damo-nos muito bem, temos uma grande relação de amizade, as coisas têm funcionado. Sou muito de pensar no presente. Até agora tem corrido bem. Não faço grandes projetos, não sei se enventualmente acabaremos por ficar juntos, mas isso é como tudo na vida. Mas depois tenho certezas na minha vida! Não acredito que um dia acorde e decida que não quero mais ser atriz. Posso parar uns anos, mas não acredito muito. O que sei é que sinto uma grande base de amizade. Admiro muito o Lourenço É um grande exemplo de crescimento para mim. É uma pessoa ponderada, generosa, e o que aconteceu foi uma coisa muito natural. Duas pessoas que se apaixonaram e que estão numa relação, até agora, muito estável.

Mediaticamente, acha que a Sara e o Lourenço são os novos Cláudia Vieira e Pedro Teixeira?

As pessoas fazem muito essa comparação. Acho que tem que ver, porque tem sido tudo muito semelhante. Eles começaram nos Morangos com Açúcar, nós também. Daquilo que noto, eles não falam muito da vida pessoal. Estão juntos há muito tempo, são pessoas muito ponderadas, generosas. Qualquer pessoa os adora, é impossível não gostar deles. Acho que também olham para mim e para o Lourenço dessa forma. Somos um casal que gosta do carinho que as pessoas nos dão.

O que é que vê em televisão?

Séries, notícias... adoro o BBC Vida Selvagem! Adoro ver os instintos naturais dos animais selvagens!

E séries com pessoas?

Tanto vejo o Breaking Bad como O Sexo e a Cidade. Adoro a leveza da série!

Costuma googlar o seu nome?

Às vezes, sim.

Acha estranho ir ao YouTube, escrever o seu nome e aparecerem vídeos seus, com o Lourenço, feitos por fãs, com músicas e fotografias?

Lembro que, nos Morangos, faziam vários, e eu achava que vivia uma história de amor com o Lourenço completamente enigmática! Porque havia ali uma coisa tão perfeita... as músicas, as fotografias, tudo a preto e branco... Há realmente fãs que são autênticos realizadores. E dou-lhes os meus aparabéns porque eles acreditam mesmo naquelas personagens. Hoje já estou mais habituada. Só pode ser uma coisa positiva, significa que as pessoas acreditam no nosso trabalho, que sonham e se divertem com isso.

Em que é que tem fé?

Em tanta coisa! Nas pessoas, no agora, nesta entrevista, que as pessoas se identifiquem... Cada dia é muito importante. É muito importante as pessoas não se deixarem degradar pela vida e pelas coisas que vão acontecendo no dia a dia, não deixarem de achar as coisas bonitas. Isso é que nos faz felizes no dia a dia.

Agradecimentos: The Independente Hostel & Suites Lisboa

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