Sapatilhas saltadoras banidas pela NBA
A poucos dias do início do campeonato, a NBA proibiu o uso das botas Concept 1 por, supostamente, aumentarem significativamente a impulsão vertical dos atletas, conferindo vantagem aos que as utilizassem.
A discussão sobre equipamentos desportivos que proporcionam ganhos de rendimento aos atletas não é nova e, invariavelmente, lança polémica em diversas modalidades, como na natação, com a introdução dos fatos hidrodinâmicos, ou no ciclismo, quando os construtores começaram a utilizar materiais avançados como a fibra de carbono nas bicicletas.
Em causa na NBA estão as sapatilhas Concept 1. "Segundo os regulamentos da Liga, os jogadores não podem usar durante o jogo nenhum calçado desportivo que proporcione uma vantagem competitiva indevida", referiu a National Basketball Association em comunicado. No entanto, marcas como a Nike, Adidas ou Converse têm contratos milionários com atletas de topo do basquetebol americano e a entrada de mais um player poderia confundir o sistema. Sobretudo porque os estudos divulgados e a campanha de marketing da Athletic Propulsion Labs, empresa que desenvolveu os Concept 1, avançam com dados como os cerca de 30% dos atletas que manifestaram desejo de utilizar as novas sapatilhas. O equipamento em causa, fabricado em materiais sintéticos inovadores, permite, segundo dados obtidos através de estudos de investigadores em biomecânica, a um atleta ganhar até cerca de 8,9 centímetros em impulsão vertical, uma medida dramática quando falamos em basquetebol e que pode significar um "afundanço" bem-sucedido, um ganho num ressalto, uma recuperação de bola ou a retirada da mesma no caminho do cesto.
A empresa que fabrica os Concept 1 foi fundada pelos irmãos Adam e Ryann Goldstone, jogadores na Universidade do Sul da Califórnia, filhos de um antigo industrial do calçado. As sapatilhas pesam 425 gramas e incluem um dispositivo que armazena energia na parte frontal do sapato e a devolve em termos de impulsão vertical, permitindo, de acordo com o marketing da Athletic propulsion Labs, ganhar uns centímetros extras rumo ao cesto. Custam 300 dólares (216 euros).
? Vantagem Com o cesto colocado a 3,05 metros, a impulsão vertical é um dos factores-chave do basquetebol. Os 8,9 centímetros que supostamente as novas sapatilhas podem acrescentar à capacidade de impulsão de um atleta podem marcar a diferença num jogo. Pelos vistos, a NBA tomou como correctos os dados fornecidos pela empresa e cortou a possibilidade de os atletas beneficiarem dessa vantagem extra, num contexto que outras empresas de equipamentos desportivos têm contribuído, nos últimos 20 anos, com milhões para o desenvolvimento económico do básquete. Na régua ao lado, em tamanho real, veja o que um atleta poderia ganhar com os Concept 1.