São Pedro do Sul aposta em turismo de bem-estar
Ninguém sabe, com pormenor, quando foram descobertas as Termas de São Pedro do Sul, mas sabe-se que a presença de D. Afonso Henriques alterou profundamente a vida das antigas Caldas de Lafões, hoje Termas de São Pedro do Sul. Em 1152, o primeiro rei de Portugal concedeu foral e fama ao "Banho" e a vida do lugar nunca mais foi a mesma. Hoje, a estância termal é a maior do País, e uma das maiores da Europa, e afirma-se no turismo do bem-estar, que cresce 20% ao ano.
A "certeza do sucesso" deste destino turístico "advém dos números: 25 mil aquistas e 250 mil dormidas por ano", revela o administrador Adriano Azevedo, da Termalistur, a empresa municipal que gere a estância.
Antes do rei estiveram os romanos, e lá estão ainda hoje as ruínas do balneário, mas a qualidade das águas, responsável pelo sucesso da estância, mantém-se inalterada e continua a correr pelos balneários D. Afonso Henriques e Rainha D. Amélia, o mais antigo. Qualidade certificada que tem afastado a sazonalidade das termas. "Hoje estamos abertos todo o ano e somos um dos pilares da economia do concelho", adianta Adriano Azevedo.
As termas "oferecem um leque alargado de tratamentos personalizados, quer medicinais terapêuticos quer em programas de puro lazer, para aqueles que procuram nas águas o princípio da saúde, da beleza e o do bem-estar".
As águas, mineralizadas, emergem das entranhas da terra a temperaturas de 68,7ºC e "são indicadas para o tratamento de doenças dos foros reumatismal e das vias respiratórias". Por dia, as termas consomem um milhão de litros em tratamentos que sustentam "um turismo de saúde, cada vez mais procurado e com potencialidades para crescer", admite o administrador que sustenta que o "bem-estar já responde por 20% dos visitantes".
"São Pedro do Sul, as termas onde se curou o primeiro rei e a última rainha de Portugal", já foi slogan publicitário, mas hoje bem podia ser acrescentado. "Por ano as termas atraem uma média de 25 mil utentes, o que nos permite liderar no turismo de saúde." Ao crescimento não é alheio o investimento de 10 milhões de euros, concluído em 2007, e que aumentou a capacidade para 45 mil aquistas ano e tornou as termas alvo da atenção internacional. "A maioria dos utentes é nacional, mas já há muitos espanhóis, que procuram sobretudo a área de bem-estar, holandeses e alemães." Bem-estar à beira do Vouga e em que os últimos números mostram que o sucesso é constante. No primeiro trimestre o crescimento foi de 15%, face ao período homólogo de 2010. Crescimento nos três produtos, de saúde, que a estância disponibiliza: "Curas termais, fisioterapia e bem-estar." Mas o destaque é o aumento de 4% nas curas termais, o mais importante produto de saúde, que inverteu a tendência de diminuição regular dos últimos anos. Também a fisioterapia cresceu 4% e os programas de bem-estar aumentaram 70%, face a 2010.
A próxima aposta passa pela "criação de um segundo pólo termal na estância, que envolva os privados e que desenvolva o bem-estar que cresce 20% ao ano". Para isso está previsto um novo centro termal, uma clínica de reabilitação, um hotel de cinco estrelas e a construção de moradias e apartamentos turísticos que se juntam aos actuais 25 hotéis e alojamentos com capacidade de 2500 camas e que facturam, por ano, mais de 20 milhões de euros.
Investimentos que permitirão à estância "continuar a crescer, tirando partido de um recurso natural que ajuda o País no crescimento económico, mas capaz de desenvolver uma região, com qualidade, através da cativação de mais turistas e utentes", remata o administrador.