Santos Silva: "Portugal não tenciona renegociar a sua dívida"
Sem meias palavras, o ministro Augusto Santos Silva recusou hoje que Portugal queira renegociar a dívida portuguesa, refreando eventuais entusiasmos à esquerda. Para o responsável dos Negócios Estrangeiros, "Portugal não tenciona renegociar a sua dívida, no sentido de pedir aos seus credores uma lógica qualquer de um haircut, corte do stock da dívida devida. Portugal não tenciona suscitar por si qualquer processo de reestruturação sistémica da dívida", atirou, em resposta ao deputado do CDS Pedro Mota Soares.
Augusto Santos Silva insistiu que "Portugal tenciona continuar a aproveitar, como já o anterior Governo, de todos os graus de liberdade que, nas circunstâncias atuais, permitem ora estender maturidades, ora fazer troca de dívida submetida a juros mais altos por dívida, comprada nos mercados, com juros mais baixos".
E é por aqui o caminho, apontou logo a seguir o ministro dos Negócios Estrangeiros: "Portugal tenciona também continuar com o programa de substituição da dívida devida ao FMI, com taxas de juro comparativamente mais elevadas, por dívida colocada junto das instituições europeia."
Mota Soares leu nestas afirmações de Santos Silva uma "desautorização" do ministro das Finanças - e também das bancadas bloquista e comunista - que, no debate da generalidade do Orçamento do Estado para 2017, tinha defendido que "é necessário que Portugal tenha uma redução na taxa de juro que paga pelo seu endividamento".
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O deputado do CDS notou que "sempre que ouvimos o BE e o PCP a falar, aumenta a dívida, e sempre que ouvimos o ministro das Finanças a falar, aumenta a dúvida". O ministro Santos Silva terá posto um ponto final nas dúvidas nesta matéria.