Santander Totta e Banco Popular Portugal chamam obrigacionistas para votarem fusão

O Santander Totta e o Banco Popular Portugal convocaram hoje os investidores com obrigações daqueles bancos para se pronunciarem sobre a fusão das duas instituições em várias assembleias de obrigacionistas agendadas para 19 de outubro.
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Nos termos das convocatórias hoje publicada na página eletrónica da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), em causa estão 17 linhas de obrigações (seis do Banco Popular e 11 do Santander Totta), sendo os respetivos detentores chamados a aprovar a compra pelo Santander Totta da operação em Portugal do Banco Popular, na sequência do resgate deste banco espanhol e sua aquisição pelo grupo Santander.

As assembleias obrigacionistas têm como ponto único "deliberar sobre a fusão e, em caso de não aprovação, o exercício do direito de oposição judicial" relativamente à operação.

Para além da luz verde dos obrigacionistas, a fusão depende ainda da aprovação do Banco Central Europeu (BCE) e também da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF), já que a integração prevê a compra pelo Santander Totta ao Banco Popular Espanõl de 84% da seguradora Eurovida, assim como da aquisição pela Totta Urbe - Empresa de Administração e Construções da carteira de ativos da Consulteam -- Consultores de Gestão.

Em 08 de agosto, no dia em que a Comissão Europeia deu a aprovação final à compra do Banco Popular pelo Santander, fonte oficial do Santander Totta disse à Lusa que o banco ia então avançar com os procedimentos formais para a compra do Popular Portugal e para a fusão legal e das marcas, acrescentando que esperava que as operações estivessem concretizadas até final do ano.

Na terça-feira, e numa tentativa de travar os processos judiciais dos pequenos acionistas do Popular, o Santander anunciou que vai realizar uma emissão de obrigações perpétuas na qual os pequenos acionistas e obrigacionistas subordinados do Banco Popular poderão participar sem terem de pagar qualquer valor, desde que renunciem a colocar ações em tribunal.

Segundo a informação ao mercado, citada pela EFE, os investidores do Banco Popular poderão comprar estas "obrigações de fidelização" do Santander sem que tenham de fazer qualquer desembolso, se aceitarem renunciar a ações legais contra o Banco Santander, o Popular e suas filiais.

O Banco Central Europeu (BCE) decretou em 06 de junho que o espanhol Banco Popular não era viável e determinou a sua resolução, tendo então o espanhol Santander acordado comprar o a instituição financeira pelo preço simbólico de um euro.

Para permitir a compra, o Conselho de Administração do Banco Santander concordou com um aumento de capital de sete mil milhões de euros, que garantirão o capital e as provisões necessários para que o Banco Popular possa operar com normalidade.

Esta operação tem impacto em Portugal, onde o Santander detém o Santander Totta, pelo que foi conhecido então que o Santander Totta ia integrar a operação do Banco Popular Portugal, incluindo os seus 1.000 trabalhadores.

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