Santana Lopes admite vitória do PS... e do PSD

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O líder do PSD admitiu ontem, em voz alta, aquilo que há muito se comenta, em voz baixa, na caravana laranja o cenário de uma vitória do PS, embora sem maioria absoluta. Pedro Santana Lopes disse-o ontem, em Tondela, num almoço-comício, a meio caminho da assinatura de um Contrato com os Portugueses, em Lisboa, e uma arruada em Viseu, o "cavaquistão" onde Durão Barroso obteve 52% dos votos em 2002.

No dia seguinte ao debate a cinco na RTP, Santana disse que foi evidente existirem "dois blocos" - um à esquerda (PS/BE) e outro à direita (PSD/CDS). E que o voto nos socialistas é "um cheque em branco" e que José Sócrates "tem um entendimento" com os bloquistas para "um futuro Governo". É um voto que tem perigos, alertou. O primeiro-ministro disse acreditar na vitória laranja, no domingo, mas sem maioria absoluta. E é nesta fase do discurso que admite a vitória dos socialistas "É difícil, muito difícil, uma maioria absoluta, quer do PPD/PSD quer do PS. Qualquer um destes partidos pode ganhar, mas só um destes dois pode ganhar", afirmou. (Com esta frase, Santana respondeu também a Paulo Portas, que há dias se vem apresentado como candidato a primeiro-ministro e a querer o CDS como partido mais votado...)

Daí, o líder laranja repetiu o apelo ao voto dos eleitores que deram a vitória a Durão Barroso nas legislativas de 2002. Mas a memória do antecessor de Santana esteve presente nesta tarde no "cavaquistão". O pavilhão onde o líder falou em Tondela foi o mesmo onde Margarida Sousa Uva recitou "Sigam o cherne", de O'Neill. À noite, o comício, em que estava prevista a presença de três notáveis, Nuno Morais Sarmento, Rui Rio e Aguiar Branco, foi no pavilhão onde se realizou o congresso em que Durão venceu... Santana.

SEM NOMES. De manhã, Santana pôs a sua assinatura no "Contrato com os Portugueses", que resume, em dez pontos, as principais promessas eleitorais do PSD, mas falhou uma promessa de campanha a apresentação, em simultâneo, da sua estrutura de Governo e grupo de ministeriáveis (ver páginas 2 e 3). Afinal, só hoje é que o primeiro-ministro anuncia os nomes com que conta num futuro Governo. Ontem, no Pavilhão de Portugal, no Parque das Nações, em Lisboa, o líder social-democrata limitou-se a anunciar que, se ganhar as eleições, o seu Executivo terá apenas 13 ministros (menos cinco do que o actual), incluindo um vice-primeiro-ministro para a Competitividade e Finanças.

Num dia em que dividiu a campanha entre Lisboa e Viseu, Santana recebeu, de manhã, o apoio de Pinto Balsemão, o único ex-líder do partido a fazê-lo nesta campanha. O patrão da SIC e do Expresso foi ao Pavilhão de Portugal dizer que vota PSD e que as campanhas não são momentos de divisões internas. (Santana agradeceu o apoio e disse que estranharia se tivesse muitos notáveis à volta.)

O "Contrato com os Portugueses" remete para os principais compromissos eleitorais do , como a não subida dos impostos e o aumento da produtividade.

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