Samuele, oito anos, morreu com os pais. As vítimas da ponte de Génova

Um casal que morreu com o filho; dois trabalhadores municipais esmagados; os namorados que viajavam juntos e três chilenos emigrados em Itália há décadas. São as histórias de algumas das 39 vítimas mortais da tragédia
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São já 39 os mortos confirmados na tragédia da queda da Ponte Morandi, em Génova. Entre eles há três crianças de oito, 12 e 13 anos. A mais jovem chamava-se Samuele e morreu ao lado dos pais, quando o carro em que seguiam caiu de uma altura de 20 metros com o desabamento da ponte. A imprensa italiana dá hoje a conhecer algumas vítimas deste acidente, com o Corriere della Sera e o La Stampa, entre outros, a darem destaque às histórias de vida e às circunstâncias em que conheceram a morte.

Com o passar das horas, vão sendo reveladas mais vítimas. Há três jovens franceses que morreram em Génova, confirmou hoje o Ministério dos Negócios Estrangeiros francês, sem adiantar, para já, mais pormenores sobre a identidade e idade, apenas expressando as condolências às famílias.

Uma família que desaparece

Samuele, oito anos, é uma das três crianças já confirmadas como vítimas mortais deste acidente. Seguia com os pais, Ersillia Piccinino (41 anos) e Roberto Robbiano (45), no automóvel quando a ponte desabou. Caíram de uma altura superior a 40 metros. O corpo de Samuele foi um dos primeiros a ser encontrados pelas equipas de socorro, relata o Corriere della Sera. Enquanto eram retirados os corpos do casal da viatura desfeita, contaram os socorristas, um telemóvel que estava no seu interior tocou: no visor, via-se a palavra 'mamma', o que indica que seria a mãe de um dos pais de Samuele a ligar para os os familiares. Trágico,

Três chilenos entre as vítimas

Três chilenos estão entre as vítimas mortais. Juan Carlos Pastenes, 64 anos, chef de cozinha, e a sua mulher Nora Rivera, morreram. O casal chileno vivia em Itália há mais de 30 anos. Há mais uma terceira vítima chilena, Juan Figueroa, 60 anos, que também residia em Itália e seguia no mesmo automóvel com o casal de compatriotas.

Namorados seguiam na ponte

Eram jovens e namorados. Marta Danisi, 29 anos, uma enfermeira natural de Sant'Agata di Militello, trabalhava no Hospital Santi Antonio e Biagio, na cidade de Alessandria, morreu ao lado do seu Alberto Fanfani, 32 anos, oriundo da região da Toscânia. Seguiam juntos no carro quando o viaduto desabou.

O futebolista amador a caminho do emprego

Andrea Cerulli, 48 anos, é outra das vítimas mortais, Futebolista amador do Genoa Club Portuali Voltri, era pai de uma criança e dirigia-se para o seu emprego quando foi apanhado pela tragédia. No site do clube, foi colocada uma mensagem a mensagem para ele, morta enquanto ele estava indo para o trabalho: "O Genoa Club Portuali Voltri abraça a família de Andrea, nosso associado, nosso amigo, nosso colega, vítima da tragédia de Ponte Morandi."

Esmagados enquanto trabalhavam

Bruno Casagrande, 35 anos, e Mirko Vicini, 31, eram dois trabalhadores da Amiu (empresa municipal do ambiente) e estavam em funções a bordo de uma carrinha que estava debaixo do viaduto. O corpo de Casagrande foi encontrado, enquanto Vicini está entre os desaparecidos. Provavelmente nem sequer tiveram tempo para perceber o que estava a acontecer. Acabaram por ficar soterrados. O mesmo destino teve Alessandro Campora, um trabalhador de uma empresa privada que também estaria sob o viaduto.

Elisa viajava de carro

Elisa Bozzo, 34 anos, viajava no seu automóvel Opel pela Ponte Morandi quando ocorreu o desmoronamento. No Facebook tinha o nome de La Ely e foram os seus amigos que lançaram um apelo sobre o seu paradeiro, após o acidente, já que não a conseguiam contactar. Os piores receios confirmaram-se.

Luigi não resistiu

Luigi Matti Altadonna, de 35 anos, também morreu no acidente de Génova e o seu corpo foi encontrado entre os destroços da ponte. A notícia da morte foi avançada pelo autarca de Borghetto Santo Spirito, uma cidade de onde Luigi era natural, e onde o seu tio trabalha na Proteção Civil.

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