Sam Mendes: entre Londres e Hollywood

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Quando Beleza Americana (1999) deu a Sam Mendes o Óscar de melhor realizador (com o próprio filme considerado o melhor do ano), esse era apenas um pormenor de uma tradição mais geral da produção americana, tradição que passa por nomes tão emblemáticos como Alfred Hitchcock, David Lean ou John Boorman: muitos autores ingleses têm construído momentos importantes das suas carreiras em Hollywood.

A trajectória de Sam Mendes distinguia-se, em todo o caso, por uma particularidade: ao contrário dos nomes citados, o seu prestígio não passava pelo cinema (Beleza Americana era a sua estreia), mas pelo notável trabalho desenvolvido nos palcos de Londres. Depois da sua exuberante revelação como encenador da Royal Shakespeare Company e do Royal National Theater, assumiu em 1992 (com apenas 27 anos) a direcção artística do Donmar Warhouse, teatro estúdio do West End que rapidamente se transformou num pólo de referência de um sentido experimental que não descurava a metódica relação com a tradição: Cabaret (Fred Ebb), The Glass Menagerie (Tennessee Williams) e Company (Stephen Sondheim) foram algumas das suas encenações de maior impacto.

Depois de Beleza Americana, Caminho para Perdição (2002), um retorno ao filme negro, e Máquina Zero/Jarhead (2005), sobre a Guerra do Golfo, são os outros títulos da sua curta mas brilhante filmografia. Actualmente, trabalha na pós-produção de Away We Go, com John Krasinski e Maya Rudolph, sobre um casal que viaja na América à procura do lugar ideal para se instalar e criar uma família.

- J.L.

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