Salvas de canhão no Reino Unido em homenagem ao príncipe Filipe
Salvas de tiros de canhão foram disparadas ao meio-dia deste sábado em todo o Reino Unido em homenagem ao príncipe Filipe, marido da rainha Isabel II, que morreu na sexta-feira aos 99 anos.
A partir da Torre de Londres, das margens do rio Tamisa, dos castelos de Edimburgo ou de Belfast, do enclave britânico de Gibraltar, dos navios da Royal Navy, onde serviu durante a II Guerra Mundial, o som dos canhões ecoou às 12.00 (11:00 TMG) para a primeira de 41 salvas.
O duque de Edimburgo, príncipe consorte da Rainha Isabel II, morreu na sexta-feira aos 99 anos, anunciou o Palácio de Buckingham.
"É com profunda tristeza que Sua Majestade, a Rainha, anunciou a morte de seu amado marido, Sua Alteza Real, o Príncipe Filipe, Duque de Edimburgo. Sua Alteza Real faleceu pacificamente esta manhã no Castelo de Windsor", comunicou Buckingham, na sexta-feira, através da rede social Twitter.
O príncipe, que ia completar 100 anos em 10 de junho, tinha saído recentemente do hospital, onde foi submetido a uma intervenção cirúrgica a problemas cardíacos, e regressado ao Palácio de Windsor.
Conhecido pelo seu sentido de humor particular, Filipe de Mountbatten, nascido com o título de príncipe da Grécia e da Dinamarca, é o consorte mais antigo da história da monarquia britânica.
Depois de ter servido na Marinha durante a Segunda Guerra Mundial, casou-se em 20 de novembro de 1947 com a então princesa Elizabeth, filha do rei George VI.
Como consorte mais antigo da Grã-Bretanha, Filipe realizou mais de 22.000 compromissos públicos individuais e muitas vezes se descreveu de forma bem-humorada como "o inaugurador de placas mais experiente do mundo".
Afastou-se das funções púbicas em 2017 e tornou-se cada vez mais raro vê-lo em público, exceto quando participava em grandes eventos familiares.
As cerimónias fúnebres ao príncipe Filipe serão afetadas pela pandemia.
O Palácio de Buckingham anunciou sexta-feira que a rainha Isabel II estava a analisar a forma como iria decorrer o funeral, bem como todos os eventos oficiais.
Certo é que o Colégio de Armas, entidade que gere os protocolos reais, explicou no seu site que o príncipe Filipe não terá um funeral de Estado e que seu caixão não será exposto ao público.
Os seus restos mortais vão ficar no Castelo de Windsor, a oeste de Londres, realizando-e antes o funeral na Capela de Saint George, "de acordo com o costume e os desejos de Sua Alteza Real".
As cerimónias e homenagens foram adaptadas à realidade pandémica, tendo a família real pedido aos britânicos que não se desloquem às residências reais, como o Palácio de Buckingham, apelando a que optasse por uma doação a uma organização de solidariedade.
O presidente francês, Emmanuel Macron, prestou este sábado novamente homenagem à memória do príncipe Filipe, recordando que o marido da Rainha Isabel II, que morreu na sexta-feira, estava "familiarizado" com aquele país.
"O príncipe Filipe estava familiarizado com o nosso país por ter vivido cá na sua juventude e por ter vindo aqui muitas vezes em viagens, até 2014, por ocasião do 70.º aniversário dos Desembarques da Normandia", escreveu o chefe de Estado francês, numa declaração.
Emmanuel Macron prosseguiu, escrevendo que, para muitos dos seus compatriotas, o príncipe Filipe "encarnou a elegância britânica". "Foi galardoado com a Cruz de Guerra francesa pela sua participação na Segunda Guerra Mundial e com a Grande Cruz da Ordem Nacional da Legião de Honra. Sabia o preço pago pelos nossos dois países, aliados e irmãos, na luta pela liberdade. As nossas forças armadas estavam profundamente gratas pela sua amizade e apoio", acrescentou o presidente francês.
O duque de Edimburgo, que morreu a poucas semanas de fazer 100 anos, passou vários anos da sua vida perto de Paris, numa infância agitada e longe dos pais, passada entre França, a Alemanha e o Reino Unido.
O papa Francisco prestou este sábado homenagem ao príncipe Filipe e saudou a memória de um homem "dedicado ao seu casamento e à sua família", numa mensagem de condolências à Rainha Isabel II e à família real.
O papa elogiou o marido da rainha, que morreu na sexta-feira aos 99 anos, e destacou "a sua dedicação ao casamento e à família, a sua notável contribuição para o serviço público e o seu empenho na educação e no progresso das gerações futuras".
Por fim, invocou "a bênção do Senhor para paz e consolação" para a rainha e para "todos os que choram a perda" de Filipe.