Ryanair confirma: base de Faro fecha mas não afeta voos

Companhia aérea não divulga o número de bases que irá encerrar, nem avança o que acontecerá aos 100 trabalhadores que têm contrato afeto a Faro.
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A Ryanair promete manter as rotas operadas nas bases aéreas que vai encerrar no próximo ano. A garantia foi dada pela transportadora aérea ao Dinheiro Vivo, depois de o Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) ter denunciado o encerramento da base.

"Nenhuma rota será afetada uma vez que passarão a ser servidas por aviões de outras bases a partir de novembro, quando o calendário de inverno arrancar", garantiu a companhia aérea. A Ryanair em Faro conta com rotas para 36 destinos. A quota de mercado/movimentos era de 26% em março deste ano, e de 30% em número de passageiros. Em ambas as métricas, a low cost é a principal companhia neste aeroporto.

As explicações do que será o futuro ficam, porém, por aqui. A empresa não confirma quantas bases irá fechar, nem os locais onde serão feitos os reajustes da operação. Também não avança o que acontecerá aos trabalhadores que estão afetos a estas bases que irá encerrar, nomeadamente os 100 trabalhadores que estão ligados a Faro. "Como foi anunciado no dia 16 de julho, devido a um atraso na entrega de 30 aviões Boeing MAX, este inverno um número de bases aéreas serão fechadas ou cortadas. Esta indicação está a ser dada atualmente ao pessoal afeto a essas bases.

E não é só em Faro. Além dos portugueses, esta quarta-feira os sindicatos que representam os tripulantes espanhóis denunciaram o fecho da base da Gran Canaria e Tenerife.

Em Portugal, a Ryanair mantém três bases: Lisboa, Porto e Faro. A negociação das bases aéreas é feita diretamente pelas companhias aéreas estrangeiras ao gestor aeroportuário, neste caso, a ANA- Aeroportos. Mas questionada, a ANA esclarece que ainda não recebeu qualquer notificação. "Não recebemos até ao momento qualquer comunicação oficial a indicar o encerramento da base em Faro. Se vier a verificar-se, o mesmo não implica, necessariamente, a redução da oferta da Ryanai", disse a ANA ao Dinheiro Vivo.

A empresa dos aeroportos, que foi concessionada aos franceses da Vinci em 2012, referiu ainda que "caso haja uma reorganização operacional, a ANA irá avaliar com a companhia aérea os eventuais impactos na programação dos voos". A ANA reforça também que "tem vindo a desenvolver esforços em termos de incentivos e de campanhas de promoção de destinos disponíveis desde Faro para mitigar a unidirecionalidade e a sazonalidade dos fluxos de transporte aéreo neste mercado."

O encerramento da base de Faro foi comunicado pela direção de recursos humanos da companhia de baixo custo ao Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) numa reunião de trabalho sobre a greve anunciada pelos tripulantes para o final do mês. Em declarações ao Dinheiro Vivo, João Fernandes, presidente da ATA, a Associação de Turismo do Algarve, disse que já está em contacto com o IEFP na tentativa de perceber o que se pode fazer caso o fim da base de Faro leve a uma destruição de postos de trabalho na região. A ATA e o Turismo de Portugal também não receberam qualquer posição oficial por parte da empresa.

A reorganização de rotas e o encerramento de bases já tinham sido antecipados pelo presidente da Ryanair, Michael O"Leary e surge associado a uma falha na entrega dos novos aviões Boeing 373 MAX. Só a Ryanair tem uma encomenda de 210 aviões (135 de uma encomenda firme de 75 de opção) que deveriam ter começado a chegar no final de junho deste ano, mas que não se esperam para tão cedo.

"Lamentamos o atraso na entrega dos nossos primeiros cinco Boeing 737 Max, que eram esperados para a primavera de 2019. A impossibilidade de o MAX voar, e a nossa expectativa de que não vamos receber o primeiro avião até janeiro ou fevereiro de 2020, significa que estamos a fazer os planos para o verão de 2020 com base na entrega de 30 novos aviões em vez do plano original que previa a chegada de 58 aeronaves".

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