Rússia negoceia acordo para a utilização de bases egípcias pelos seus aviões de combate

A Rússia celebrou com o Egito um acordo de princípio para a utilização de bases militares egípcias e que permitirá a Moscovo reforçar a sua presença no Médio Oriente, refere um documento hoje divulgado.
Publicado a
Atualizado a

A diretiva, assinada pelo primeiro-ministro Dmitri Medvedev e publicado num portal oficial, revela o projeto elaborado pelo ministério da Defesa russo e que dá instruções para que o acordo seja assinado com o Egito quando estiver concluído.

O acordo Rússia-Egito, que prevê um intercâmbio entre os dois países para a utilização de bases militares pelos seus aviões de combate deverá prolongar-se por cinco anos e com possibilidade de ser renovado, precisa a agência noticiosa Associated Press (AP).

Este acordo tem um significado particular para o Egito, após o governo do Presidente Abdel-Fattah el-Sisi ter reforçado os laços militares com a Rússia e assinando acordos para a compra de caças de combate, helicópteros e outro armamento de origem russa.

O ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, visitou na quarta-feira o Cairo, onde sublinhou o recente aumento da cooperação militar entre os dois países após o Egito ter aprovado novas aquisições de armamento russo.

"Registamos com satisfação a dinâmica positiva na esfera técnico-militar", referiu Shoigu durante o encontro da comissão intergovernamental sobre cooperação técnico-militar.

O ministro também enviou condolências pelo massacre da semana passada numa mesquita na península do Sinai e que matou 305 pessoas durante as orações de sexta-feira, o mais mortífero ataque da história moderna do Egito e atribuído a extremistas islâmicos.

Shoigu também sublinhou a necessidade de reforçar a cooperação no combate ao terrorismo, na sequência de uma vaga de atentados nos últimos anos, incluindo a explosão de uma bomba num avião de passageiros russo que sobrevoava a península do Sinai em outubro de 2015 e que vitimou 224 pessoas, na maioria turistas russos, num atentado reivindicado por um grupo 'jihadista' local filiado no Estado Islâmico.

A Rússia optou por reforçar a partir de 2015 a sua presença militar no Médio Oriente com o início de uma campanha militar na Síria e que alterou o curso da guerra em favor do Presidente sírio Bashar al-Assad. A Rússia possui uma base aérea e outra naval na Síria, que pretende expandir.

Já El-Sisi permanece empenhado em combater a rebelião 'jihadista' no Sinai, que emergiu na sequência do derrube do ex-presidente Mohamed Morsi por um golpe militar em junho de 2013, liderado pelo atual chefe de Estado.

Na quarta-feira, deu um prazo de três meses às suas forças de segurança para restaurarem a "segurança e estabilidade" na turbulenta região do norte do Sinai e autorizou o seu novo chefe de estado-maior a utilizar "toda a força bruta" contra os grupos 'jihadistas' militantes.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt