Rússia e Ocidente vivem maior pico de tensão desde Guerra Fria -- Severiano Teixeira

O ex-ministro da Defesa Nuno Severiano Teixeira admitiu hoje que este seja "o período de maior tensão entre a Rússia e o Ocidente" desde a Guerra Fria, mas que a escalada verbal pode não se traduzir num conflito real.
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O mundo vive um momento "de grande imprevisibilidade", disse Severiano Teixeira, que é atualmente presidente do Instituto Português de Relações Internacionais, referindo, no entanto, que acredita que a escalada verbal entre a Rússia e os Estados Unidos pode não se traduzir num conflito real.

"Devemos distinguir o que é a escalada verbal e a escalada real. Estamos numa fase de escalada verbal em que ambos os lados estão a procurar subir a parada para procurar a dissuasão e a intimidação do lado contrário, mas tenho alguma dúvida que essa escalada verbal tenha uma tradução do ponto de vista real", salientou, à margem de uma conferência sobre a Europa e a mudança da ordem mundial, promovida pela Fundação Oriente.

A tensão entre Rússia e o ocidente cresceu nos últimos dias depois de o regime sírio, apoiado pela Rússia, ser acusado de ataques contra civis com armas químicas e de o presidente norte-americano, Donald Trump, ameaçar disparar mísseis contra a Síria.

Para Severiano Teixeira trata-se ainda de "uma fase de confito verbal" pelo que é "fundamental" manter os canais diplomáticos abertos.

O especialista em defesa e relações internacionais assinalou que esta é "uma situação muito complexa" e com vários níveis, onde atuam também "players" regionais que aumentam a imprevisibilidade do confito.

Entre estes estão a Turquia, membro da NATO, mas com interesses divergentes de outros membros, Israel ou o Irão, que tem visto a administração Trump pôr em causa o acordo nuclear anteriormente assinado.

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