RTVE prevê corte de 4150 empregos
O pré-acordo alcançado entre os sindicatos e a RTVE - a televisão e rádio públicas espanholas - prevê uma redução de 4150 empregos dos 14 500 que actualmente integram as duas entidades, revelaram dados parcialmente divulgados ontem, referentes ao texto finalizado num encontro entre a RTVE e as comissões de trabalhadores.
Por concluir estão ainda os contactos com a central sindical União Geral de Trabalhadores (UGT), no sentido de se conseguir "o máximo consenso" possível. O acordo aumenta ligeiramente o número total de funcionários que permanecerão na empresa: 6400, dos quais 5900 são fixos e 500 contratados, contra os 5170 propostos inicialmente. O documento dá ainda um passo em frente nos objectivos dos sindicatos face aos centros e emissores territoriais, que ficarão com mais 177 trabalhadores do que os previstos numa primeira fase das negociações.
Responsáveis de ambas as partes dizem-se optimistas quanto ao fim do diálogo, que poderá pôr fim a meses de tensão entre os trabalhadores e a empresa, no âmbito do processo de saneamento da RTVE, que em 2005 teve mais de 7500 milhões de euros de prejuízo. A redução de trabalhadores no grupo é agora imprescindível para que o Ministério da Economia espanhol conceda 580 milhões de euros extra à televisão estatal.
O documento contempla um novo departamento de multimédia e interactividade, estabelecendo medidas de racionalização de custos e melhorias na exploração económica da empresa. A nova corporação RTVE, como vai ser conhecido o produto que resultar desta reforma, manterá a estrutura territorial, apostando no serviço público abrangente.
Entre outros aspectos, o texto estabelece que a TVE1 e TVE2 terão, a partir de 1 de Janeiro de 2007, um mínimo de 8200 horas de produção própria por ano. O documento terá que ser validado, por referendo, por todos os trabalhadores da RTVE.