Nas entrevistas que concedeu quando foi nomeado cardeal por João Paulo II, a 21 de Janeiro de 2001, D. José Policarpo confessou que o Papa que mais o marcou foi Paulo VI. Como sucessor de João Paulo II, disse só conseguir ver "um clemente, o rosto da misericórdia diante dos pobres deste mundo". .O cardeal que acredita que "anunciar a fé é tão simples como respirar", percebeu cedo que queria ter como vocação ser "protagonista de um mundo novo". Com sete anos, enquanto era crismado, percebeu que, um dia, gostaria de ser padre. Fez o exame de admissão ao liceu, mas foi no seminário que prosseguiu os estudos. Nascido em Alvorninha, concelho de Caldas da Rainha, no dia 26 de Fevereiro de 1936, concluiu o curso secundário nos seminários de Santarém e Almada..Em 1961, foi ordenado sacerdote. Formou-se em Filosofia e Teologia no Seminário dos Olivais. Sete anos depois, licenciou-se em Teologia Dogmática, na Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma, com a tese "Teologia das Religiões não Cristãs". Mais tarde, defendeu a tese "Sinais do Tempo"..D. José Policarpo ingressou como docente na Universidade Católica Portuguesa em 1970 - instituição de que seria reitor entre 1988 e 1996. De 1997 a 24 de Março de 1998 foi arcebispo coadjutor do patriarca de Lisboa, data em que se tornou o 16.º patriarca de Lisboa..Nos últimos anos, o cardeal recusou-se a aceitar a ideia da prática do aborto, apelou ao voto, fez um ataque duro à Maçonaria e condenou a guerra contra o Iraque. Manifestou a crença de que "não é antidemocrático ser testemunha da fé" e explicou aos católicos que evangelizar é uma obrigação que deve ser entendida como um acto normal. Aos que desempenham essa missão, respondeu que não devem sentir medo se os outros se assustarem quando interpelados na rua..No último ano, deixou um convite " que cada um, na esfera da sua capacidade e competência, procure incutir na sua intervenção e no seu trabalho a generosidade e a qualidade que todos desejamos para a sociedade". Na mesma altura, sublinhou que "Deus não pode ficar ausente de nenhum momento da história dos homens". E isto depende, na sua opinião, de um compromisso dos cristãos na construção do futuro.