Habitação. A conferência '(Re)habitar Lisboa' iniciou a segunda fase do Programa Local de Habitação. Helena Roseta propôs a criação de hotéis sociais nos imóveis devolutos para abrigar desalojados e criar residências para jovens .Cidade precisa de atrair jovens para recuperar população.Helena Roseta defendeu ontem que alguns dos edifícios devolutos da Câmara Municipal de Lisboa deviam ser usados com "hotéis low-cost". Segundo a vereadora estes espaços podiam ser uma espécie de "hotel social", onde são abrigadas as pessoas que a autarquia tem de realojar de emergência, mas também residências para jovens universitários e outro tipo de população flutuante..Durante a conferência "(Re)habitar Lisboa", que decorreu no Teatro Aberto, em Lisboa, a responsável pelo Programa Local de Habitação (PLH) questionou: "Se temos, na Baixa, um hotel do género, que é já considerado o melhor do mundo, porque não aproveitar esta oportunidade com o património municipal?".No entanto, não demorou até que recebesse uma resposta negativa, por parte do vereador do Urbanismo, Manuel Salgado, que defende este tipo de investimento em "património privado", uma vez que o municipal "já está todo orientado." .Mas, no entender de Roseta, estes "hotéis sociais" resolveriam alguns problemas do município que tem "encargos enormes com as pessoas que têm de realojar de emergência.".Quanto à ideia de Roseta de ter mais espaços para albergar estudantes, vai ao encontro de um dos grandes pontos de consenso da conferência: a cidade precisa de atrair os mais jovens para conseguir recuperar população..Também o presidente António Costa viria a reforçar esta questão no encerramento da conferência ao dizer que "isso já está a ser feito, com o programa Lisboa Cidade Erasmus, em que pretendemos dar alojamento a dois mil estudantes estrangeiros"..Entre as medidas inovadoras para repovoar a cidade surgiram propostas de partilha e troca de habitação nos vários painéis da conferência. O docente universitário Rui Bringe falou em "partilha de habitação, em que as pessoas mais velhas receberiam estudantes, que pagariam uma baixa renda e até fariam companhia"..Já a socióloga Isabel Guerra propôs "o apoio à troca de casas entre pessoas da zona Metropolitana de Lisboa", sendo que as autarquias seriam as moderadoras do processo. .As casas vazias são uma das preocupações do PLH e não raras vezes ouviu-se nas apresentações: "Há muita gente sem casa e muita casa sem gente"..No que diz respeito à reabilitação urbana a proposta mais fracturante foi de Miguel Azeredo Perdigão, secretário-geral da Associação Portuguesa de Promotores e Investidores Imobiliários, que pretende que "os projectos de reabilitação sejam definidos como PIN (Projecto de Interesse Nacional)". .Isabel Guerra chegou a lançar para o ar a questão: "Será possível colocar a habitação no mapa? E respondeu de seguidaquot;Yes, we can". Porém, disse não ter respostas para muitos dos problemas. "Se soubesse as respostas candidatava-me a presidente da câmara", ironizou. Costa sorriu. Numa postura de pré-campanha eleitoral, o autarca brincou com a situação e disse: "É fácil. Eu que sou presidente, convidei uma ex-candidata a presidente, para responder a essas questões. E ela [Roseta] está a fazê-lo bem."