Rooney. Jogou 13 anos no United, mas usava pijamas do Everton
Wayne Rooney está de volta ao Everton, onde cresceu como futebolista e de onde saiu há 13 anos, concretamente em 2004, rumo ao Manchester United. Aos 31 anos, e quando também se especulava sobre a sua ida para a China, o internacional inglês preferiu regressar "a casa", à imagem de outras grandes figuras do futebol mundial, que preferiram escutar o coração antes de olhar para os milhões de outras ligas.
Com pouco espaço no Manchester United de José Mourinho, onde na temporada passada só fez 25 jogos a titular, o até ontem capitão dos red devils decidiu que era o momento de regressar a Liverpool, de forma a dar um novo rumo à carreira. Na apresentação manifestou-se feliz por estar de volta a Goodison Park, confirmando que nunca esqueceu o Everton.
"Mantive isto em silêncio durante os últimos 13 anos, mas a verdade é que usei sempre pijamas do Everton em casa, tal como os meus filhos. Tinha de fazer isto um grande segredo, mas é muito especial voltar. Sinto-me feliz, como há 13 anos, e agora só quero entrar em campo com toda a garra", afirmou o jogador, que assinou um contrato válido até 2019, confirmando que a aposta de Ronald Koeman na sua contratação também pesou no regresso a Liverpool.
"Passei muitos anos no Manchester United e mesmo sabendo que poderia continuar, voltei ao Everton por que acredito que Ronaldo Komean está a construir uma equipa que pode ganhar títulos e eu quero fazer parte dessa realidade do clube que apoio desde criança. Ganhar troféus pelo Everton seria o ponto alto da minha carreira", disse o futebolista, que realizou 559 jogos pelo Manchester United, apontando 253 golos e venceu 16 títulos, entre os quais uma Liga dos Campeões e vários campeonatos ingleses.
Também Ronaldo Koeman não escondeu o agrado pela contratação do internacional inglês. "Não é segredo para ninguém que sempre fui um admirador do Wayne. Ele mostrou-me a ambição que pretendemos e também uma mentalidade ganhadora. Ele sabe como ganhar títulos e isso pode ser muito vantajoso para nós", concluiu o treinador holandês.
Regressos há muito anunciados
Wayne Rooney é apenas um de muitos jogadores que nunca esqueceram que gostariam um dia de "regressar a casa". Em 2004 afirmou-o, antes de assinar pelo Manchester United, e agora realizou esse sonho.
Outros também fizeram o mesmo, como foi o caso do antigo internacional português Rui Costa [ver caixa], e de acordo com Francisco Soares, psicólogo do desporto e do exercício, tudo se trata mesmo de uma forma de "bem-estar".
"Um jogador que cresça num clube da sua cidade, no clube que sempre apoiou, tem uma afinidade especial ao mesmo, é natural que desejem regressar a casa, nomeadamente mais próximos do final das carreiras. É um bem-estar que procuram, nomeadamente os que conseguiram estabilizarem-se financeiramente ao longo das respetivas carreiras", assinalou o psicólogo ao DN, falando mais em particular do caso de Rooney.
"É o tipo britânico. São muito apegados ao seu meio, são raros os ingleses que não regressam à terra onde nasceram", assinalou Francisco Soares.