Ronaldo lá abriu o frasco de 'ketchup'
Custou mas, dois anos depois, Cristiano Ronaldo voltou a festejar um golo seu ao serviço da Selecção Nacional, em jogos oficiais. Em duas épocas em que o "frasco" parecia esgotar-se ao serviço dos dois clubes que representava - Manchester United e Real Madrid onde fez 75 golos - desta vez foi pela selecção que conseguiu marcar, o sexto da goleada 7-0 frente à Coreia do Norte. Como disse a 13 de Junho, Ronaldo espera que o "ketchup" não pare de jorrar a partir de agora.
Aos 87 minutos de jogo no Green Point, na Cidade do Cabo, acabava o período "em branco" do jogador do Real Madrid na Selecção. A bola ressaltou no guarda-redes Myong Guk-Ri, saltou para a nuca de Cristiano e suavemente ganhou balanço para voltar aos seus pés. O extremo, de baliza aberta, não falhou.
À 74.ª internacionalização, o número nove do Real Madrid fez o seu golo 23 por Portugal, deixando para trás Nené (22) - que também foi alcançado por Simão - e igualando a marca de João Vieira Pinto no sexto lugar do ranking de goleadores da Selecção. O próximo desafio para Ronaldo é ultrapassar Rui Costa, que conta 26 golos.
Mesmo incluindo todos os jogos até agora, o "7" português não marcava desde 11 de Fevereiro de 2009 (10 jogos e 684 minutos, à entrada do Mundial), dia em que ditou a vitória frente à Finlândia, de pénalti no Algarve, selando o resultado em 1-0. Este era o único golo do jogador formado nas escolas do Sporting, desde que Carlos Queiroz assumiu o leme das "Quinas", sucedendo ao brasileiro Luiz Felipe Scolari.
Decisivo nas campanhas de apuramento para o Mundial de 2006 da Alemanha (sete golos) e para o Europeu de 2008 na Áustria e Suíça (oito), Cristiano Ronaldo manteve-se "em branco" na qualificação para este Mundial, mostrando-se aquém daquilo que se esperava do jogador que, entretanto, foi eleito Melhor do Mundo pela FIFA.
Durante a campanha da Alemanha, o extremo - assim como mais tarde haveria de acontecer no Euro 2008 - só fez um golo durante a prova, frente à equipa do Irão (2-0), também na marcação de uma grande penalidade.
As críticas não se fizeram deixar de sentir, ainda para mais com o saldo que o futebolista ia deixando nos clubes que representava. Nesses dois anos de "travessia no deserto" na Selecção, não faltaram os oásis na Inglaterra e em Espanha: pelo Manchester marcou 42 e pelo Real Madrid mais 33.