Romance 'Equador' vira série na TVI
A TVI e Miguel Sousa Tavares assinaram ontem um acordo para a adaptação do romance Equador para uma série de televisão.
Pensada para 26 episódios, a produção tem estreia prevista para o "Outono do próximo ano", anunciou José Eduardo Moniz, director-geral da estação de Queluz de Baixo, acrescentando que servirá para "assinalar os 15 anos da TVI".
Até lá, refere Moniz, "ainda há um longo caminho a percorrer: É preciso transpor o romance para um guião de televisão, sendo necessário procurar os profissionais com experiência para o fazer." Segue-se a "escolha dos protagonistas, a repérage dos locais onde se irá filmar (São Tomé, Lisboa e Vila Viçosa) e por aí fora", explica Moniz, que revela ter pressa, mas perceber que é um processo demorado. Porém, "fácil", ressalva, já que se "trata de adaptar uma obra com uma escrita recheada de imagens".
Igual pressa e "curiosidade, quase infantil", tem o autor do Equador, Miguel Sousa Tavares, que confirma: "a minha escrita é, de facto, muito visual. É uma herança do meu trabalho enquanto jornalista de televisão e que pode ser muito apelativa para os telespectadores". E é com os telespectadores na mira que José Eduardo Moniz fala do projecto. "Trata-se de um passo importante na produção da ficção em Portugal, área estruturante da estação". Ideia, igualmente defendida por Manuel Polanco, o administrador-delegado da TVI.
"Este projecto é também a afirmação da responsabilidade da estação para com a sociedade portuguesa e com os talentos portugueses", reforça Moniz, que pondera outras adaptações.
Considerado o projecto com o maior investimento da TVI "e até da televisão portuguesa", o mesmo irá "procurar apoios de organismos oficiais para se materializar", diz o director-geral da estação. E, tendo em consideração o sucesso que o Equador teve, além de Portugal, na Itália, França, Holanda e noutros países (está traduzido em 10 línguas), Moniz só pode esperar que o mesmo se repita com a série caso venha a ser vendida para fora. O Equador já vendeu mais de 250 mil exemplares.
Já Miguel Sousa Tavares não deixou escapar a oportunidade para realçar o caracter "inter-classista e capaz de unir públicos diversos e diferentes num projecto cultural comum".
A história do 'Equador'
Luís Bernardo, um bon vivant lisboeta, é chamado pelo rei D. Carlos, em 1905, e encaminhado para São Tomé e Príncipe como governador da colónia portuguesa. Ao aceitar esta tarefa irá lidar com o problema da escravatura nas roças de cacau, com relações diplomáticas duvidosas e com o desmoronamento da monarquia em Portugal.
Uma combinação explosiva quando paralelamente desenvolve uma paixão avassaladora e proibida pela mulher do seu aliado político. O calor e a humidade de São Tomé fazem com que os sentimentos sejam tão exagerados quanto a força da natureza que os envolve, sendo expressos em todas as linhas deste enredo. *com Sónia Correia dos Santos