Rodrigo Rato será ouvido na Audiência Nacional
A decisão foi acordada hoje pelo juiz da Audiência Nacional, Fernando Andreu, explicaram as mesmas fontes.
Rato será o último dos 33 elementos acusados num caso que se prende com o processo de nacionalização da entidade financeira, com as audições a decorrerem entre 05 de novembro e 20 de dezembro.
O ex-presidente do Bancaja e conselheiro do Bankia, José Luis Olivas, será ouvido a 19 de dezembro e, um dia antes, será ouvido o ex-conselheiro delegado do grupo, Francisco Verdú.
Todos enfrentam a acusações por alegados delitos de burla, administração desleal, apropriação indevida, falsificação de contas e outros crimes.
Em causa está uma queixa apresentada pelo partido União Progresso e Democracia (UPyD) que foi admitida pela Audiência Nacional no passado dia 04 de julho.
O juiz Fernando Andreu adotou a decisão depois da Procuradoria Anticorrupção ter apresentado um texto a favor da queixa que a União Progresso e Democracia (UPyD) entregou por burla e outros delitos contra todos os membros do conselho de administração da Bankia e da sua holding, a BFA.
Em junho, já um grupo de elementos ligados ao 'movimento 15M' entregou na justiça um processo contra Rodrigo Rato e os restantes elementos da direção da Bankia.
Essa queixa deu entrada também em julho na Audiência Nacional em Madrid e conta com o apoio de, pelo menos, 13 acionistas que, segundo Juan Moreno, o advogado contratado pelo 'movimento 15M', foram "completamente enganados" pelo Conselho de Administração em funções no Bankia em 2011.
Recorde-se que Rodrigo Rato, antigo ministro dos governos do PP de José Maria Aznar e antigo membro da direção do Fundo Monetário Internacional, também está entre os acusados nesse processo.
A iniciativa do 'movimento 15M' foi organizada através das redes sociais, que em menos de 24 horas conseguiu reunir 19.413 euros, o que superou os 15.000 euros necessários para contratar o advogado de Sevilha disposto a aceitar o caso.
Através das redes sociais foram também reunidas informações e testemunhos de trabalhadores da entidade bancária, assim como de acionistas que se consideram enganados.
O processo pretende levar Rodrigo Rato a tribunal pelo alegado delito de falsidade no processo de cotização em bolsa do Bankia em 2010. Na altura, as ações do banco valiam 3,75 euros e atualmente estão cotadas a 1,0 euro.
O resgate público do Bankia, no montante de 23,5 mil milhões de euros, precipitou Espanha numa crise financeira e conduziu a zona euro a anunciar um plano de ajuda aos bancos espanhóis.